Da Redação com Lusa
O presidente do Governo da Madeira disse nesta sexta-feira que o aumento de casos de covid-19 na região era “expectável” devido à entrada de milhares de turistas, mas defendeu não haver necessidade de alterar as medidas em vigor.
“As medidas vão continuar e, neste momento, penso que até agora são suficientes”, declarou Miguel Albuquerque à margem da inauguração do Museu de Arte Moderna, no Funchal.
O governante insular adiantou que a mudança das medidas que estão em vigor só vai acontecer “se houver alterações no número de infetados e, sobretudo, no número de internados”.
“Mas, neste momento está de acordo com as nossas expectativas dado o número de entradas que temos tido”, salientou.
O chefe do executivo madeirense de coligação PSD/CDS referiu que “era expectável o aumento de casos” e admitiu que essa “tendência pode subir ligeiramente”, uma vez que a região “está a receber, felizmente, milhares de pessoas no aeroporto por dia”.
Miguel Albuquerque especificou que, “com a abertura do mercado do Reino Unido, que é muito importante para a Madeira, é natural que haja uma maior incidência e um maior número de casos”.
Porém, destacou que esta situação “não põe em causa a resposta do Serviço Regional de Saúde, nem a de monitorizar e acompanhar esses casos”.
De acordo com os últimos dados divulgados na quinta-feira pela Direção Regional da Saúde, a Madeira diagnosticou 13 novos casos de infecção por SARS-CoV-2 e mais 14 recuperados, reportando 137 situações ativas e cinco doentes hospitalizados.
O Secretário da Saúde e Proteção Civil da Madeira admitiu que a região “poderá estar a entrar numa segunda vaga” devido ao aumento de casos e internamentos na unidade hospitalar dedicada.
“Mais casos de infectados, mais internados, mais casos nos cuidados intensivos, tudo isto em 15 dias”, destacou Pedro Ramos na apresentação da segunda fase da campanha “A Pandemia ainda não acabou”.
Apesar disso, no arquipélago, a taxa de positividade mantêm-se abaixo de 1%, explicou o secretário regional, apontando ser um bom indicador, visto serem realizados “mais de 5 mil testes por semana”.
Portugal está a entrar numa quarta vaga e esses indicadores estão perfeitamente visíveis, mencionou o secretário regional, relembrando que a Madeira teve apenas uma vaga, devido a “um pico de casos durante os meses de janeiro e fevereiro”.
Na Madeira, já foram administradas 258. 656 vacinas, estando 58,5% da população vacinada com a primeira dose e 43,4% com a vacinação completa. O conselho do Porto Santo e Porto Moniz já ultrapassaram a taxa de proteção de grupo superior a 70%.
Pedro Ramos descreveu esta época como especial “porque voltam os estudantes, os emigrantes e o turismo aumenta exponencialmente”, apontando a testagem e vacinação como a solução para evitar uma situação “como no Natal”.
A região anunciou recentemente que está aberta a receber turistas vacinados com qualquer vacina contra covid-19 administradas a nível mundial, enquanto o continente português e toda Europa apenas está autorizada a receber turistas aprovadas pelo bloco.
País
Portugal tem hoje 175 concelhos com uma incidência superior a 120 casos de infeção pelo vírus SARS-COV-2 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, mais 45 do que na última sexta-feira.
Estes 175 concelhos que estão acima do limite de incidência de 120 novos casos representam cerca de 56% do total dos municípios do país, quando, na última sexta-feira, este valor estava nos 42%.
Por regiões, o Algarve é a região que regista uma taxa de incidência mais elevada (806,4), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (486,6), o Norte (288,5), o Alentejo (211,4), os Açores (194,1), o Centro (187,6) e a Madeira (78,8).
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.070.508 mortos em todo o mundo, entre mais de 188,8 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.194 pessoas e foram registrados 922.747 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.