Associação de lesados do BES recebe “apoio” das instituições europeias

Da Redação
Com Lusa

ProtestoEmigrantesNovoBancoO advogado da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), Nuno Silva Vieira, manifestou a sua satisfação com as respostas que tem recebido por parte das instituições europeias que contactou para expor a situação destes investidores. Nuno lidera a defesa jurídica dos clientes do antigo Banco Espírito Santo (BES) que investiram em papel comercial de empresas do grupo que não foi reembolsado.
Isto, depois de ter recebido uma missiva dos serviços do Conselho Europeu, na qual lhe é transmitido que o presidente, o polaco Donald Tusk, não tem competência para intervir nesta matéria e que deve ser contactada a Direção-Geral para a Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e Mercados de Capitais (FISMA) da União Europeia, integrada na Comissão Europeia.
“Nesta luta que tenho tido em nome dos lesados do BES, desbravamos mais um pouco do caminho”, assinalou o advogado da AIEPC, que avançou que ainda vai enviar a carta para Stefaan de Rynck, o belga que lidera a FISMA. “É com muito gosto que sentimos a União Europeia preocupada com o nosso problema”.
Há cerca de um mês, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pediu ao comissário europeu responsável pelos serviços financeiros, Jonathan Hill, que analisasse as denúncias da AIEPC sobre a resolução do BES.
No dia 09 de setembro, a AIEPC enviou uma comunicação para “todos os líderes europeus”, entre os quais Jean-Claude Juncker e Angela Merkel, denunciando “a aplicação pelo Banco de Portugal da diretiva 2014/59/UE do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de maio de 2014 – de forma desviante -, colocando em causa o regime da resolução bancária na Europa”, acrescentando que “é descarada a violação do direito de propriedade dos particulares” conforme as normas da UE.
Desde que a inquirição aos clientes lesados do papel comercial do Banco Espírito Santo começou, já foram ouvidas mais de 100 pessoas que apresentaram queixas-crime contra os responsáveis do banco.
Segundo o Diário Económico, Polícia Judiciária (PJ) está a conduzir o inquérito destas testemunhas para tentar apurar como foi vendido o papel comercial, qual a informação disponibilizada pelos gerentes e que documentos foram assinados. O processo quer encontrar os culpados pela decisão de criar o produto financeiro que provocou perdas de milhões de euros, deixando cerca de 2.500 clientes sem suas poupanças.

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