Da Redação
Com Lusa
A Associação de Hostels de Portugal vê o aumento da taxa turística em Lisboa como uma “falta de visão estratégica” que irá “penalizar os mais jovens”, sendo estes os que mais procuram dormidas nos alojamentos do gênero.
Em comunicado, a associação defende que “a decisão de aumento da taxa em vigor vem agravar a sua falta de proporcionalidade e consequentemente penalizar os que têm menos capacidade econômica, destacando-se neste particular o segmento jovem”.
A associação frisa que Lisboa é, atualmente, a nona cidade mais popular para este segmento, à frente de Roma ou Madrid, e que, este ano, o valor médio pago por dormida em dormitório na capital foi de 19,84 euros.
Na nota enviada, a associação salienta ainda que o segmento jovem é “o que tem maior capacidade de difusão gratuita de um destino, pela utilização mais intensiva dos ‘social media’”.
Com a duplicação da taxa turística, refere, a camada mais jovem “passará a pagar em média de taxa turística 10% de toda a sua estadia”, podendo este valor chegar aos 20%, em época baixa.
A associação de hostels lamenta que a capital não siga “a opção de grande parte das cidades europeias de segmentar a taxa turística”.
A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovou na terça-feira a duplicação da Taxa Turística na capital, de um para dois euros por noite, no âmbito das alterações ao Regulamento Geral de Taxas, Preços e Outras Receitas do município.
O documento mereceu os votos favoráveis do PS, PAN, BE e de nove deputados independentes eleitos pelo PS, a abstenção de PPM, MPT, CDS-PP e PSD, e os votos contra do PCP e do PEV.
Em meados de outubro, o BE – que tem um acordo de governação do concelho com o PS – adiantou à agência Lusa que esta taxa iria ser duplicada, a partir de 01 de janeiro de 2019, para reforçar a limpeza urbana e os transportes nas zonas com maior pressão do turismo.