As frases de destaque do I Encontro de Investidores da Diáspora

Da Redação

investidoresdiasporaDois ministros, sete secretários de Estado, vários autarcas, presidentes de entidades públicas e representantes de câmaras do comércio passaram pelo palco da primeira edição. Sintra acolheu a primeira edição do Encontro de Investidores da Diáspora, iniciativa que a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, liderada pelo secretário de Estado José Luís Carneiro, quer tornar de periodicidade anual.

Depois do êxito da estreia, a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas vai organizar a segunda edição, marcada para dezembro de 2017. Na sessão de encerramento do “I Encontro”, o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, anunciou Viana do Castelo como a próxima anfitriã.

Neste ano, os 30 oradores convidados partilharam sugestões, conselhos e convites com os cerca de 300 empresários portugueses presentes, provenientes de pontos tão distintos como Paris, Malaca, Macau ou São Paulo. A Revista PORT.COM selecionou algumas das frases mais marcantes proferidas no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra. Confira:

“Quem emigra é, por natureza, um empreendedor. Uma pessoa que deixa para trás o país, a família, os amigos, é alguém que empreende. E quem recebe pessoas de predisposição empreendedora tende a colher benefícios. Os países mais desenvolvidos do mundo estão bem conscientes de que a imigração é sinónimo de inovação e criatividade”, Pedro Calado, Alto-Comissário do ACM (Alto Comissariado para as Migrações).

“Tenho a certeza que cada um de vós, que queira investir num determinado território, encontrará na autarquia e no autarca local um parceiro, porque hoje em dia estão preparados para isso”, Carlos Soares Miguel, secretário de Estado das Autarquias Locais.

“Nós, em Viana do Castelo, temos uma grande dívida de gratidão para com as comunidades portuguesas no estrangeiro. No período da Troika tivemos empresas ligadas ao setor da construção civil cujas exportações corresponderam a 60% ou 70% da faturação anual, graças aos contactos desenvolvidos estabelecidos pelas nossas comunidades lá fora”, José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo.

“Há locais que têm muita gente e pouca terra, em Alfândega da Fé temos muita terra e pouca gente, pelo que precisamos de investidores. Chegar ao contacto com os dirigentes do nosso município é muito fácil, temos os nossos contactos no site da autarquia, número de telemóvel e e-mail, eu própria incluída”, Berta Nunes, presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé.

“Um município que não seja capaz de atrair investimento, capaz de atrair emprego, capaz de atrair jovens, é um município condenado à falência. Precisamos de vós, naturalmente. Dos portugueses que estão cá e dos portugueses que estão for. Alavancar o país é uma tarefa para todos”, José Marques (na imagem), presidente da Câmara Municipal de Sabrosa.

“Portugal é, neste momento, o país da Europa com a segunda maior verba disponível para investimento através de fundos comunitários. É também um país que está no top-25 mundial a nível de disponibilização e adoção de novas tecnologias”, Miguel de Campos Cruz, presidente do IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação).

“Ainda bem que existe esta realidade de globalização, que permite aos jovens irem conhecer outras realidades, como se diz na gíria, “conhecer mundo”. Nós queremos contribuir para fazer regressar os jovens portugueses altamente qualificados, através de um projeto que intitulámos “Empreender 2020 – O Regresso de uma Geração Preparada”. As pessoas que estão aqui neste evento sabem como é importante “conhecer mundo”, porque assim aumentam a sua rede, o que só pode ser proveitoso”, Paulo Nunes de Almeida, presidente da Fundação AEP.

“Ninguém faz nada sozinho, todos devemos trabalhar juntos. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer aos investidores da diáspora pela preciosa ajuda que nos têm dado. Há quem opte por ignorá-lo, mas hoje em dia os portugueses que estão lá fora são muito qualificados e estão muito organizados. Existem associações de pós-graduados portugueses em França, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e outros países”, José Vital Morgado, membro do conselho de administração da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal).

“Para além do tão conhecido mercado da saudade, existe o mercado da curiosidade. Há uma série de portugueses que não nasceram em Portugal e não sabem como este é desenvolvido, mas que têm curiosidade em conhecê-lo”, Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal.

“A nossa comunidade em França, como a nossa diáspora no geral, é muito trabalhadora e dedicada. Todos os anos envia para Portugal 300 milhões de euros ao nível da poupança. Na CGD temos uma relação com mais de 10 000 empresas em França, muitas das quais investem em Portugal, importam de Portugal”, Rui Soares, diretor-geral da Caixa Geral de Depósitos em França.

“Temos que fazer evoluir o conceito de “mercado da saudade”. Tudo bem que vender aos dois milhões de portugueses que estão em França é um mercado muito bom, mas vender bacalhau a um português em França até o meu filho de 11 anos pode fazer. E os outros 68 milhões de pessoas que lá estão? Esses também são um excelente mercado”, Carlos Vinhas Pereira, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa.

“Portugal já não é só conhecido pela cortiça, pelo calçado, pelo vinho e pelos queijos. É essencial que continue a ser conhecido por estes motivos, mas também já o é por ser um polo de criatividade, tecnologia e iniciativa, um polo de conhecimento digital, pelo que seria importante que o Ministério de Negócios Estrangeiros também se focasse nisso”, Ricardo Castanheira, conselheiro da Federação das Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil.

“Vou lançar uma pequena provocação. É muito boa esta iniciativa de querer fazer regressar os empresários portugueses que estão lá fora, mas peço-lhes que não venham todos. É que o contributo que os empresários portugueses têm prestado tem sido muito positivo para as exportações portuguesas e para a imagem do país”, Pedro Madeira Rodrigues, secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.

“Se não tivermos capacidade para mostrarmos aos portugueses de segunda e terceira geração o Portugal moderno e empreendedor que hoje temos, vamos perder essas gerações, vão deixar de se importar com o país. Precisamos de meios de comunicação, a nível dos media, que façam este trabalho de divulgação, o que a RTP Internacional não tem feito”, Jorge Costa Oliveira, secretário de Estado da Internacionalização.

“Os media são fundamentais para que se possam detetar parcerias e oportunidades de negócio, mostrando os casos positivos dos portugueses lá fora e o potencial deste país. Acho que saímos todos daqui a saber que hoje é o momento para investir em Portugal. Os motivos foram apresentados, os argumentos foram evidenciados”, António Alves de Carvalho, coordenador do GAID (Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora).

“Precisamos de nos mostrar mais uns aos outros, de dialogarmos mais uns com os outros, para que todos os membros do Governo percebam, como percebe a Secretaria de Estado das Comunidades, as ambições e inquietações das comunidades. Todos os esforços para facilitar e possibilitar esta proximidade, é um trabalho que este Governo tem que fazer e quer fazer”, José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

“Foi um prazer receber os nossos compatriotas da diáspora. Um país como o nosso tem na pátria espalhada pelo mundo a sua grande força. Estes portugueses são face visível do Portugal moderno que pretendemos construir. Como alguém disse aqui, seria bom que não viessem todos, mas os que vierem que possam ajudar a criar e distribuir riqueza no país. Acho que esta iniciativa foi verdadeiramente um êxito”, Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra.

“É para mim uma grande honra marcar presença neste evento e dar-lhes um abraço, em nome do primeiro-ministro António Costa, pelo grande trabalho que fazem lá fora. O meu espanto é porque é que este é o primeiro Encontro [de Investidores da Diáspora]. Tendo nós seis séculos de presença por todo o mundo, espanta-me que apenas agora tenha surgido a ideia de se fazer um evento desta ordem”, Eduardo Cabrita, ministro Adjunto.

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