As apostas dos investidores chineses em Portugal

Da Redação
Com Lusa

As empresas chinesas aproveitaram o arranque das privatizações em Portugal para investir em setores como energia, banca, seguros ou imobiliário, com Portugal a servir de porta de entrada para a Europa e países de língua oficial portuguesa.

A primeira privatização a arrancar, durante o governo de Pedro Passos Coelho, foi a da EDP, em dezembro de 2011, com o anúncio da venda de 21,35% da elétrica portuguesa à China Three Gorges (CTG), por 2,69 mil milhões de euros. Entretanto, este ano, em 11 de maio, a CTG anunciou uma oferta pública de aquisição (OPA) voluntária sobre o capital da EDP, processo que ainda está em curso.

No entanto, a administração da EDP, liderada por António Mexia, tem recomendado aos acionistas que não aceitem a oferta — de 3,26 euros por ação –, por considerar que esta não reflete adequadamente o valor da elétrica.

Depois da EDP, em fevereiro de 2012, foi a vez da venda da REN, com os chineses da State Grid a ficarem com 25% do capital, pagando 387 milhões de euros pela posição na empresa gestora das redes energéticas nacionais.

Posteriormente, a chinesa Fosun comprou a seguradora Fidelidade e a Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde), alargando os seus investimentos à banca portuguesa. Atualmente, é acionista de referência do BCP, detendo 27,06% da instituição financeira.

Também na banca, destaque para o Haitong Bank, que em 2015 concluiu a compra do banco de investimento português BESI, e, mais recentemente, o Banif — Banco de Investimento foi comprado pela Bison Capital Financial Holdings (Hong Kong) Limited, passando a chamar-se Bison Bank.

Na aviação, o conglomerado chinês HNA detém uma participação na Atlantic Gateway, consórcio que detém 45% da TAP. O Estado português é dono de 50% da companhia, estando os restantes 5% do capital nas mãos dos trabalhadores.

O investimento chinês também está presente nos media, nomeadamente na Global Media (GMG), dona do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF e Dinheiro Vivo, entre outros.

Em novembro do ano passado, o empresário de Macau Kevin Ho, através da KNJ Investment, concretizou a entrada na GMG, passando a deter uma posição de 30%, num investimento de 15 milhões de euros.

Entre outros investimentos chineses em Portugal, destaca-se a inauguração, em fevereiro de 2012, do centro tecnológico da Huawei (empresa de telecomunicações) em Lisboa, que representou um investimento de 10 milhões de euros, que se juntou aos 40 milhões de euros que a multinacional chinesa tinha investido no mercado português.

Além disso, também no início de 2012 o Banco Internacional e Comercial da China (ICBC) abriu o seu primeiro escritório em Portugal, mais precisamente em Lisboa.

Um ano depois, foi a vez do Bank of China escolher a capital portuguesa para abrir um escritório e um balcão de atendimento.

O setor imobiliário é igualmente uma aposta da China, com os chineses a liderarem, por nacionalidades, os vistos ‘gold’ em Portugal.

Em seis anos – desde que o programa de Autorização de Residência para atividade de Investimento (ARI) foi lançado, em outubro de 2012, até ao mês passado — foram atribuídos 3.981 vistos ‘gold’ a cidadãos chineses.

O investimento de origem chinesa também se estende ao mundo desportivo, nomeadamente clubes de futebol.

O Presidente chinês, Xi Jinping, realiza uma visita oficial a Portugal entre 04 e 05 de dezembro, após participar na cimeira do G20.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fliporto anunciou edição 2025 em Aveiro, Portugal

Por Ígor Lopes Foi encerrada, no último domingo em Olinda, no nordeste brasileiro, a edição 2024 da Festa Literária Internacional de Pernambuco. Um evento que teve lugar no Mercado Eufrásio Barbosa. Esta festa literária atraiu mais de cinco mil pessoas

Leia mais »