Escolha alimentar: como as pessoas decidem o que comer?

Por Rosangela Sampaio

Você já se perguntou “por que as pessoas comem o que comem?”. A resposta para essa pergunta, com certeza, não é simples.

A escolha alimentar é resultado da interação de múltiplos fatores, sejam biológicos, ambientais, sociais ou psicológicos.

Para mudar comportamento é necessário compreender os determinantes que afetam a escolha dos alimentos.

Mudar comportamento envolve muito mais do que conhecimento e informação. Para propor ações de educação alimentar e nutricional que visem de fato essa mudança, precisamos compreender os diversos fatores relacionados a tudo que uma pessoa ou comunidade conhece e acredita sobre alimentação e nutrição.

Outra questão muito importante é a abordagem multidimensional do alimento. O alimento não se limita à dimensão biológica, ele também representa aspectos culturais, sociais e afetivos dos indivíduos e das comunidades.

As pessoas tomam decisões sobre os alimentos a todo o momento: Quando comer? O que comer? Com quem comer? Quanto comer?

Não importa se estamos falando de uma refeição ou apenas de um lanche, as vontades relacionadas às escolhas alimentares são complexas e influenciadas por muitos fatores.

Afinal, como é feita a escolha alimentar?

Compartilho a seguir alguns exemplos dos principais determinantes das escolhas alimentares:

  • Biológicos /Sabores – prazer de comer “fome hedônica”;
  • Econômicos/Custos – disponibilidade de alimentos; acesso a feira, sacolões, supermercados, entre outros;
  • Sociais / Culturais – formas de preparo, tradições e meio social;
  • Psicológicos / Humor – combustível para compulsões levando a comportamentos disfuncionais na relação com alimento.

Lembre-se de que comemos alimentos!

Você já ouviu alguém dizer: “Nossa, que delicioso está este zinco”, ou, então, “Você prepara maravilhosamente este magnésio com cálcio”? Não!

E se você ficou surpreso com essas expressões, é porque você já se deu conta de que no dia a dia comemos alimentos e não nutrientes.

Portanto, limitar a alimentação à dimensão biológica não faz sentido quando falamos do comportamento alimentar.

A nossa alimentação e as nossas escolhas alimentares estão relacionadas a diversos fatores, que chamamos de “determinantes do comportamento alimentar”.

A formação de hábitos alimentares saudáveis começa muito cedo, já no ambiente intrauterino. A infância, e em especial os primeiros mil dias de vida da criança, período que compreende a gestação e os primeiros dois anos de vida da criança, é uma janela para a formação de hábitos alimentares saudáveis.

Por isso, nunca se esqueça de que os hábitos alimentares saudáveis formados nesse período tendem a permanecer por toda a vida!

 

Por Rosangela Sampaio
Psicóloga, palestrante, escritora e apresentadora do programa Mulheres em Flow. @rosangelasampaiooficial

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