Após visita de Chávez, Portugal fechará acordos na Venezuela

 

Mundo Lusíada com Lusa

Antonio Cotrim/Lusa

Presidente venezuelano, Hugo Chavez, e o Primeiro-Ministro Português, José Sócrates, durante a sua reunião no Palácio de S. Bento, em Lisboa.

Assim que possível, Portugal deve enviar uma missão ministerial e empresarial à Venezuela – incluindo o ministro da Economia – para definir as áreas de cooperação que se abriram com a visita de Hugo Chávez a Lisboa. A informação é do próprio presidente venezuelano, momentos antes de deixar Lisboa a caminho de Havana, onde terminou uma seqüência de visitas oficiais antes do regresso a Caracas, capital venezuelana.

Na terça-feira 20 de novembro, Hugo Chávez se encontrou com o primeiro-ministro português, José Sócrates, em Lisboa. “Foi um encontro extraordinário e maravilhoso. Falamos de muitos temas, de intercâmbio entre Portugal e a Venezuela, sobretudo dos mecanismos de cooperação bilateral”, destacou aos jornalistas, no aeroporto militar de Figo Maduro. “Solicitamos apoio ao primeiro-ministro, a Portugal, na área da alimentação, sobretudo no envio de alimentos, transferência tecnológica para a produção de alimentos e para o desenvolvimento técnico e científico da nossa agricultura”, afirmou.

Chávez destacou que na conversa foi abordada ainda a questão das energias alternativas. "O petróleo algum dia vai acabar. Portugal tem um longo caminho já percorrido e é um bom exemplo. Tem uma alta percentagem de consumo de energia que vem das energias eólica, solar, marítima, das fontes alternativas. Foi começado um trabalho firme nesse sentido", comentou.

Visita portuguesa O mandatário venezuelano acrescentou também que, assim que possível, "o ministro da Economia português vai visitar a Venezuela com um grupo de empresários". Chávez disse ter "explicado" a Sócrates a evolução da economia venezuelana, segundo ele, com crescimento a um ritmo entre 11,5 e 12% anualmente “nos últimos três anos”, e que o consumo também tem aumentado. “Lembrei que o país precisa do investimento de empresas portuguesas sérias, que contribuam para o desenvolvimento de ferrovias, auto-estradas, novas cidades, habitação, novos projetos agrícolas, sistemas de irrigação, enfim, de um mundo de coisas”, sustentou.

Chávez frisou ainda que acredita que o encontro tenha criado uma grande expectativa sobre a cooperação entre os dois países. Segundo declarações do presidente venezuelano, a assinatura de um acordo entre a petrolífera portuguesa Galp e a venezuelana PdVSA permitirá à Venezuela se tornar uma "fonte segura" do fornecimento petrolífero e energético a Portugal.

Hugo Chávez esteve em Lisboa durante cerca de quatro horas, terminando uma viagem que começou na Arábia Saudita – onde participou da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) – e que incluiu a assinatura de acordos de cooperação industrial e energética com o Irã e uma reunião com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Na capital Havana, Chávez participou de reuniões de trabalho com as mais altas personalidades do regime cubano e se encontrou com Fidel Castro. “Estou cansado, mas vou dormir no avião para estar bem disposto para o encontrar, pois ele fala, fala, fala, fala” comentou Chávez.

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