Após reabertura, igreja de Santo Antônio volta a ser referência no Centro do Rio

Por Igor Lopes

ConsulNuno_PrefEduardoPaesA igreja de Santo Antônio dos Pobres voltou ao cenário carioca. No último dia 26 de maio, a paróquia realizou uma festa de reabertura, com a presença de centenas de fiéis. Localizada no Centro do Rio, esse local de adoração esteva fechado desde 2010, devido a obras de recuperação da estrutura. O evento foi marcado por uma missa levada a cabo pelo arcebispo Dom Orani Tempesta. Membros da comunidade portuguesa do Rio, além de luso-descendentes e autoridades do Brasil e de Portugal estiveram presentes nessa celebração, que promete dar vida nova à região.

No final de 2010, a igreja se preparava para uma festa de reinauguração do seu imponente órgão, que havia passado por um processo de restauração. Mas um mês antes de voltar a encher de orgulho os fiéis, o instrumento voltou a se silenciar. Na verdade, não havia motivos para tanta celebração. Rachaduras abalaram a estrutura do local, após o início das obras de um prédio de grandes dimensões a poucos metros da igreja. Reconhecido o erro, a empresa responsável pela construção custeou a reforma da paróquia. Mas uma surpresa estava por vir. Vestígios do altar da igreja anterior surgiram abaixo do piso atual durante as escavações. Essas marcas estão hoje visíveis aos visitantes, por debaixo de uma plataforma de vidro temperado.

“É uma alegria, depois de quase quatro anos, poder devolver aos devotos a igreja, que faz parte da história católica desde 1807 e do Centro do Rio, além do órgão”, afirma José Queiroga, provedor da igreja.

Segundo Eduardo Braga, pároco da igreja, é importante ressaltar que o local passou por muitas dificuldades antes de poder abrir as portas novamente.

“As obras na rua e na igreja foram uma luta muito grande, mas vencemos esse período e o povo da paróquia não a abandonou. Assim, chegamos a essa data maravilhosa”, comenta o padre, que atua no local há dois anos.

RJ_IgrejaSantoAntonioPobresNa opinião de Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, poder ver a igreja lotada nesse momento de reabertura é um “belo sinal”, o que reforça o papel importante desse lugar de orações nessa região cidade.

“Aqui será possível receber paroquianos que queiram usufruir de um lugar de oração, fraternidade e que conta com tantos séculos de história”, sublinha Dom Orani.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, comemorou a reabertura da igreja, dizendo que “uma cidade que não reconhece e vive a sua história perde sua alma”. Paes afirmou ainda que uma das metas do seu governo é revitalizar a região onde está inserida a paróquia.

Já Nuno Bello, cônsul-geral de Portugal no Rio, confessou-se emocionado com a celebração e disse que se sente “humilde perante a obra dos portugueses na cidade maravilhosa”.

Para valorizar ainda mais a história do local, a cerimônia contou com a participação de Maria Elisa Gaio, de 86 anos, que pisou a igreja pela primeira vez em 24 de junho de 1927 para ser batizada. A última vez que esteve no local foi em 1965. Naquela época, o piso que hoje serve de recordação era utilizado normalmente.

“O que mais chamou a atenção e emocionou Maria Elisa Gaio foi ter encontrado, junto às ruínas da igreja original, protegidas por um vidro, a pia batismal onde foi celebrado seu batismo”, revelou um dos familiares.

No final da cerimônia, foram inauguradas duas placas comemorativas: uma sobre a reforma e reabertura da igreja e outra sobre a recuperação do órgão. O evento contou ainda com a presença de Marta Rocha, chefe da Polícia Civil do Rio e luso-descendente.

A reabertura da igreja é também importante pelo fato de que o local servirá de apoio a peregrinos que virão ao Rio, no próximo mês, acompanhar a Jornada Mundial da Juventude, que irá trazer o Papa Francisco ao Rio de Janeiro.

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