Da Redação
Com Lusa
A marca “castanha portuguesa” deve ser protegida, defendeu o presidente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), salientando que já foram detectadas falsificações no Brasil, um dos principais mercados deste produto.
“Fora de portas, muito mais importante do que a variedade ou o fato de serem originárias de uma ou outra região, o que sobressai é a castanha portuguesa. Esta designação deve ser protegida para evitar possíveis deturpações”, destacou José Laranjo.
O também docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) explicou que é muito difícil reconhecer no estrangeiro designações como a DOP (Denominação de Origem Protegida), apelando à proteção da marca ‘castanha portuguesa’ para que não possa ser usada de forma errônea.
“No ano passado – e foi comunicado às autoridades – apareceram embalagens com a referência à castanha portuguesa no Brasil, sem que ela tivesse sido produzida em Portugal”, adiantou o especialista do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas da UTAD.
A castanha portuguesa é, aliás, “uma imagem de marca” no Brasil, um dos mercados preferenciais deste produto em fresco. “Não há mesa nenhuma de Natal nas famílias brasileiras que não tenha castanha portuguesa. Isto, só por si, mostra a consideração que o Brasil tem pela nossa castanha”, disse o investigador.
Outra linha de exportação “muito importante” e que está “em grande desenvolvimento” é a indústria, sobretudo a francesa e italiana, que têm enfrentado quebras de produção significativas.
José Laranjo salientou, por outro lado, a necessidade de assegurar a proteção da castanha europeia face à asiática, uma forte candidata a ser exportada para a Europa com preços muito mais baixos, apesar de menor qualidade. “A produção de castanha asiática atinge anualmente um milhão e seiscentas mil toneladas, isto cria uma pressão enorme”, comentou o presidente da RefCast.
O plano estratégico “Mais Castanha” 2014-2020 sublinha que o mercado para a castanha europeia tem de ser abastecido anualmente, seja o do consumo em fresco, seja o da indústria de transformação, criando “uma pressão crescente sobre os mercados de produção de castanha ainda existentes na Europa, temendo-se por uma ruptura de ‘stocks’ abrindo portas desta forma à importação de castanha de outras regiões do mundo”.