Mundo Lusíada
Com agencias
O Presidente português, Cavaco Silva, sentiu-se mal durante as cerimônias do 10 de junho, na Guarda, e desmaiou no início do seu pronunciamento, retomando cerca de 30 minutos depois.
Cavaco Silva estava a discursar na cerimônia militar quando se sentiu mal e foi retirado para a parte traseira da tribuna, segundo os médicos, ele se “recuperou rapidamente”, e não chegou a perder a consciência, segundo a Lusa.
“O senhor Presidente da República sentiu uma reação vagal, da qual recuperou rapidamente, nunca tendo perdido a consciência e sempre manifestou intenção de concluir o seu discurso”, declarou à Lusa o major-general médico José Duarte, da Força Aérea, que assistiu o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.
Além desta, Cavaco Silva mantem a programação de outra solenidade, que tem início as 12:00 (horário local) no Teatro Municipal da Guarda, como planejado.
Discurso
Cavaco alertou para o “preço muito elevado” que se poderá pagar se um entendimento partidário continuar a ser adiado, apontando o período até à discussão do Orçamento como o indicado para “o tempo de diálogo”.
“Os desafios que temos diante de nós, de todos nós, só podem ser vencidos através de uma cultura de compromisso. Adiar por mais tempo um entendimento partidário de médio prazo sobre uma trajetória de sustentabilidade da dívida pública e sobre as reformas indispensáveis ao reforço da competitividade da economia é um risco pelo qual os portugueses poderão vir a pagar um preço muito elevado”, afirmou o chefe de Estado, na sessão solene.
E, acrescentou, “o tempo de diálogo que se estende agora até à discussão do próximo Orçamento do Estado será o mais indicado para que as forças políticas caminhem no sentido da concretização do direito à esperança dos portugueses, numa perspectiva temporal mais ampla, situada para além de vicissitudes partidárias ou de calendários eleitorais”.
E apontou 2014 como o ano em que Portugal conquistou “o direito a ter esperança”, mas recomendou atenção para não se repetir uma “situação explosiva”.
Recordando o “caminho duro” percorrido e os “tempos muito difíceis” vividos até à conclusão do programa de assistência financeira em maio, Cavaco Silva alertou para a necessidade de se ter “uma noção muito clara de duas realidades que não podem ser iludidas”: a necessidade de atenção e vigilância, nomeadamente em matéria de disciplina das contas públicas e de controle do endividamento externo, e a importância de olhar para o futuro “sem triunfalismos ou ilusões”.
Protestos
Cerca de três centenas de manifestantes protestaram no momento em que o Presidente da República discursava e se sentiu mal. “O protesto foi para pedir a demissão do Governo, tendo em conta o ataque às funções do Estado, encerramento das escolas e contra a destruição do Serviço Nacional de Saúde”, disse à agência Lusa Honorato Robalo, dirigente sindical da CGTP.
Segundo o sindicalista, participaram no protesto, promovido pelo Movimento Sindical Unitário afeto à CGTP, “cerca de três centenas de pessoas, a maior parte professores, enfermeiros e elementos de movimentos comunitários e contra as portagens” nas antigas Scut (vias sem custos para o utilizador).
Honorato Robalo explicou que o protesto foi realizado no momento do discurso de Cavaco Silva, alegando que “o Presidente da República devia destituir” o atual Governo “uma vez que houve oito momentos em que as decisões do Governo foram consideradas inconstitucionais”.