Aos 101 anos, artista Tomie Ohtake falece em São Paulo

Tomie Ohtake em Monumento ao Trabalhador, Santo André. Foto Denise Andrade
Tomie Ohtake em Monumento ao Trabalhador, Santo André. Foto Denise Andrade

Mundo Lusíada

O Instituto Tomie Ohtake comunicou o falecimento da sua patrona, Tomie Ohtake, 101 anos. O velório está sendo realizado, dia 13 de fevereiro, no Instituto Tomie Ohtake, de 8:00 às 14:00 horas (Rua Coropés n. 88, no bairro de Pinheiros, São Paulo), aberto ao público.

Ela estava internada Hospital Sírio-Libanês, por conta de uma leve pneumonia, e já teria alta. Mas na manhã de 10 de fevereiro ela acabou engasgando com o café da manhã, e o quadro de uma broncoaspiração a levou para UTI.

“Agradecemos todas as manifestações carinhosas recebidas” divulga o instituto de uma das mais importantes artistas do país.

Grande representante da comunidade japonesa no Brasil, a artista já abrigou em seu instituto diversos artistas portugueses e exposições luso-brasileiras, incluindo programações com apoio de órgãos como o Consulado de Portugal em São Paulo e empresas como a EDP.

Em 2005 expôs em São Paulo a mostra que havia representado Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza, no ano anterior, sob o tema “Metamorfoses”. Intitulada “Metaflux”, a mostra reuniu maquetes, fotografias, desenhos, vídeos e uma instalação, de arquitetos como Inês Lobo, João Mendes Ribeiro e Nuno Brandão Costa, entre outros, assinalando gerações que se seguiram a Álvaro Siza Viera, vencedor do Leão de Ouro, em 2002.

A presidente brasileira Dilma Rousseff também divulgou nota de pesar pela morte da artista. “A cultura brasileira perdeu hoje Tomie Ohtake. Grande dama da pintura nacional, Tomie Ohtake nasceu no Japão, mas ao longo de sua vida centenária se tornou intrinsecamente brasileira. A sua capacidade de reunir geometria e cor, movimento e placidez, tornou Tomie Ohtake uma artista única”.

O instituto que leva seu nome, erguido na mais importante cidade da América Latina, São Paulo, traz sempre as novas tendências da arte nacional e internacional, além daquelas que são referências nos últimos 50 anos, coincidindo com o período de trabalho da artista plástica que dá nome ao espaço.

Nascida no Japão (Kioto/1913), Tomie chegou ao Brasil em 1936 e só começou a pintar aos 40 anos de idade, construindo uma trajetória como poucos artistas brasileiros conseguiram. Os anos 60, quando se naturalizou brasileira, foram decisivos para a sua maturação como pintora originária da abstração informal. Seus monumentos, espalhados pela cidade, já são parte da capital paulista.

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