Da Redação
Com Lusa
Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, aproveitou a resposta a uma pergunta do CDS, sobre a carga fiscal, para dizer que a propostas do seu Governo têm por objetivo pôr a classe média a pagar menos impostos.
No debate do programa do Governo, no parlamento, a nova líder parlamentar centrista, Cecília Meireles, voltou a acusar os socialistas de terem batido “o recorde” com a “maior carga fiscal” que os portugueses sentem “no bolso”.
Cecília Meireles pediu “um esclarecimento” ao primeiro-ministro, questionando Costa se o executivo se compromete a não aumentar impostos na legislatura que agora começa.
Ao que António Costa respondeu, como já tinha feito antes e durante a campanha eleitoral para as legislativas, que o aumento carga fiscal se deve ao facto de o país ter batido o recorde de “criação de emprego e de valorização social” e não por um aumento de taxas.
Além do mais, a alteração nos escalões do IRS, de forma a aumentá-los, tem como objetivo que “a classe média vai ficar a pagar menos impostos”.
“Temos tido um aumento de 9% de contribuições da Segurança Social porque tivemos o recorde da criação de emprego” e esse aumento da receita “é o que explica este aumento da carga fiscal”, disse.
No domingo, Costa anunciou que vai apresentar a proposta do Governo de elevar o salário mínimo todos os anos até atingir 750 euros em 2023.
António Costa referiu-se a esta reunião da concertação social quando entrava para a Comissão Nacional do PS, em Santarém, depois de questionado se vai procurar consensualizar a proposta de aumento do salário mínimo que apresentou no sábado, durante o discurso que proferiu na posse do XXII Governo Constitucional.
Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS referiu que a fixação em cada ano do salário mínimo nacional não é objetivo de negociação, sendo antes “uma decisão do Governo”.
“Mas o bom senso manda que se ouça os parceiros sociais. Já para a semana, vamos ouvir os parceiros sociais em sede de concertação social e estaremos em condições de fixar a base de partida para esta caminhada que nos propomos fazer até atingir os 750 euros”, declarou.
O secretário-geral do PS defendeu depois que, aquilo que “é perspetivável sobre a economia e aquilo que é a dinâmica do mercado de trabalho, permite uma subida de 50% do salário mínimo no conjunto das duas legislaturas”.