Angola tem dívida superior a 20 mil milhões com China, Rússia e Brasil

Da Redação
Com Lusa

A dívida externa acumulada de Angola à China, bilateral e comercial, através dos bancos, ascendia em 2017 aos 21.500 milhões de dólares (18.100 milhões de euros), e que se soma à contraída no Brasil e Rússia, segundo o Governo angolano.

A informação consta do prospecto da emissão de ‘eurobonds’ de 3.000 milhões de dólares (2.500 milhões de euros), a 10 e 30 anos e com juros acima dos 8,2% ao ano – concretizada pelo Estado angolano este mês -, que foi enviado aos investidores.

O documento refere que além da China, a dívida angolana aos bancos comerciais russos ascendia, no final de 2017, a 1.800 milhões de dólares (1.500 milhões de euros) e a dívida ao Brasil a 1.200 milhões de dólares (1.000 milhões de euros).

“Angola concentrou a exposição da sua dívida à China, Brasil e Rússia e um impacto adverso nas suas economias pode impactar na capacidade futura de Angola de aumentar os seus empréstimos”, admite o mesmo prospeto, preparado pelo Ministério das Finanças angolano, que coloca em 20.600 milhões de euros a dívida total só a estes três países.

O documento enfatiza ainda que desde 2006 a China tornou-se no “maior importador individual de petróleo angolano”, chegando a representar, em 2017, um peso de 61,6% das exportações de crude por Angola, no valor de 19.200 milhões de dólares (16.100 milhões de euros).

“Contudo, a dependência de Angola da China para uma proporção tão significativa do seu comércio significa que qualquer perturbação da estabilidade ou crescimento econômico na China, ou qualquer ruptura econômica ou relações políticas entre Angola e China, poderiam ter um efeito adverso na economia angolana, que, por sua vez, pode afetar materialmente e adversamente a condição financeira de Angola”, bem como a “sua capacidade de pagar” o endividamento em ‘eurobonds’ agora contraído.

Da mesma forma, é referido que a exposição de Angola ao Brasil em “parte significativa” da sua dívida externa bilateral – através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – “significa que qualquer interrupção na estabilidade econômica” do país sul-americano “pode ter um efeito adverso sobre a capacidade de Angola de aumentar os empréstimos bilaterais” no futuro, tal como com os bancos comerciais russos.

Em janeiro último, o embaixador chinês em Luanda, Cui Aimin, revelou que os empréstimos da China a Angola totalizam mais de 60 mil milhões de dólares (50.500 milhões de euros), concedidos desde que os dois países estabeleceram relações diplomáticas, em 1983, mas que dispararam, em termos econômicos, após o fim da guerra civil, em 2002.

Os empréstimos chineses, explica, destinaram-se “à construção de inúmeras obras de infraestrutura como centrais de energia, estradas, pontes, hospitais e casas, incentivando o desenvolvimento econômico e a melhoria da vida do povo de Angola”.

“Os resultados da cooperação pragmática entre a China e Angola são frutíferos. Atualmente, a China é o maior parceiro comercial de Angola, enquanto Angola é o segundo maior parceiro comercial, o maior fornecedor dos petróleos da China em África, um dos maiores mercado ultramarino de obras empreitadas”, assumiu o embaixador chinês.

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