Da Redação
Com Lusa
O governo angolano vai suspender, a partir de quarta-feira, a atividade da rede Record, bem como jornais, revistas, ‘sites’ e rádios sem atividade efetiva nos últimos dois anos após detetar “inconformidades legais”, segundo um comunicado do ministério da tutela.
O comunicado do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), a que a Lusa teve acesso refere que a empresa Rede Record de Televisão (Angola), Limitada, que responde pela TV Record África, tem como diretor-executivo um cidadão não nacional.
Indica também que os quadros estrangeiros da Record Angola, que exercem a atividade jornalística no país, não se encontram acreditados nem credenciados no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, “inconformidades legais” que levam à suspensão, a partir das 00h00 do dia 21 de abril, do exercício de atividade de televisão das empresas Rede Record de Televisão Angola Limitada/Recrd TV África e dos jornalistas estrangeiros a ela vinculados
A rede Record é detida pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), cuja liderança tem sido disputada em Angola pela liderança brasileira e angolana, recentemente legitimada pelo governo, tem divulgado várias reportagens críticas do governo, afirmando que os religiosos brasileiros são alvo de xenofobia em Angola.
O MINTTIC detectou também que as empresas provedoras de televisão por assinatura, TV Cabo, DSTV Angola e FINSTAR (detentora da ZAP TV), embora estejam devidamente legalizadas, distribuem os canais Zap Viva, Vida TV e Rede Record “sem o registro para o exercício da atividade de televisão em Angola”, pelo que os canais Zap Viva e Vida TV têm de assegurar a sua “veiculação”.
O comunicado dá também conta da suspensão dos registros provisórios dos jornais, revistas, páginas web (‘site’) de notícias e estações de rádio sem atividade efetiva nos últimos dois anos.
Nas últimas semanas, sete pastores brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) foram notificados pelos serviços de migração angolanos para abandonarem o país no prazo de oito dias, segundo documentação divulgada pela agencia Lusa.
O documento, com a data de 08 de abril de 2021, refere que foram cancelados os vistos de permanência temporária concedidos aos pastores e bispos “por cessação da atividade eclesiástica em território nacional”, depois de o Governo ter decidido reconhecer apenas como legítimo o ramo nacional da IURD, num processo que tem causado polêmica em Angola e Brasil.