Da Redação
Com Lusa
O ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas d’Abreu, defendeu a criação de uma agenda comum na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para melhorar as assimetrias e potenciar o desenvolvimento econômico.
“Devemos abordar com grande vigor as assimetrias de redução de desenvolvimento no seio da CPLP, devíamos ser mais audazes na definição de uma agenda de convergência que iria permitir acelerar questões econômicas, sociais e políticas, para reduzir as assimetrias e nivelar melhorar os nossos níveis de desenvolvimento”, disse o governante na conferência virtual que decorre esta manhã, organizada pela consultora SAP sob o lema ‘Sustentar o Crescimento Econômico no Próximo Normal’.
Na opinião do governante angolano, “há matérias de eleição, como a educação, ciência e inovação que podem ter prioridade, mas há um conjunto de outras ações que são igualmente prioritárias para acelerar o processo de redução das assimetrias e níveis de desenvolvimento”.
Viegas d’Abreu criticou a falta de mecanismos comuns de intervenção não só para responder a situações excecionais como as da pandemia, mas também de coordenação de políticas.
“Falta-nos um mecanismo de coordenação efetiva entre os países, por exemplo como é que a CPLP reage em função desta pandemia nos países que a constituem, como tiramos partido de um conjunto de política e agendas que estão nesta plataforma e neste âmbito o suporte financeiro parece-nos crítico, ou seja, não temos um mecanismo financeiro na CPLP de suporte aos Estados membros da comunidade”, lamentou o ministro angolano.
Para Ricardo Viegas d’Abreu, é necessária uma “revisão da abordagem estratégica do papel da CPLP enquanto elemento estratégico de união dos nossos países”, e nesse âmbito apresentou a ideia de uma agenda comum para cumprir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), no âmbito da agenda 2030 definida pelas Nações Unidas.
“Queria sugerir que tivéssemos uma agenda comum sobre os ODS, criar um pacote dentro da esfera da CPLP de abordagem a estes 17 objetivos que podem ser um guião para uma agenda comum de desenvolvimento econômico e social dos nossos países, contando com o que a tecnologia já nos oferece que pode acelerar este processo de convergência econômica e social”, concluiu.
Também presente no encontro, o antigo primeiro-ministro de Cabo Verde José Maria Neves concordou com a valorização dos oceanos, transportes e logística e da língua como patrimônio comum dos países, vincando que “o crescimento terá de ser inclusivo e sustentável do ponto de vista ambiental” e defendendo o “reforço do multilateralismo no mundo pós-pandemia”.