Da Redação
Com Lusa
Angola necessita de mobilizar 2.000 milhões de dólares (1.772 milhões de euros), entre investimento público e privado, para interligar os quatro sistemas de energia do país e garantir a interligação com os estados vizinhos.
Segundo a edição do Jornal de Angola, o valor foi avançado quinta-feira, em Lisboa, pelo presidente do Conselho de Administração da Rede Nacional de Energia (RNE) angolana, Rui Gourgel, que se encontra na capital portuguesa a participar no 21.º Fórum de Energia em África, que termina hoje.
Segundo Rui Gourgel, dos quatro sistemas, apenas o do Norte, que integra Luanda, está ligado ao do Centro, pelo que o objetivo é desenvolver o Sul, que permitirá, até 2022, a interligação com a Namíbia, e o Leste, até a Zâmbia, havendo ainda projetos para abranger também a República Democrática do Congo (RDC), através da província de Cabinda.
Ao intervir no fórum no painel sobre Angola, Rui Gourgel afirmou que o país “já começa a apresentar um excedente na produção energética” e que o “desafio” é fazer chegar a energia a todos os angolanos e, também, vender aos países da região.
“Por isso é que estamos a trabalhar na interligação dos sistemas. Precisamos de cobrir o país, mas também vender”, disse o PCA da RNT, empresa responsável por levar a energia para as diferentes áreas do país.
Na presença de centenas de potenciais investidores e financiadores, o gestor sublinhou que a estratégia é tornar Angola “um grande protagonista” no setor energético na região, podendo importar e exportar energia.
Para as áreas do país com pouca densidade populacional e onde não se justificar o investimento na rede de transporte, está previsto o recurso a pequenos sistemas solares, a gás ou eólico.
Quanto à distribuição, o objetivo é atingir 2,6 milhões de clientes em 2022.
A taxa de eletrificação mínima em todas as províncias deve ser de 20% e todas as 106 sedes municipais devem, até 2022, ser servidas pelo Sistema Elétrico Público.
O investimento privado será fundamental para atingir a meta, quer em médias e grandes hidroelétricas, quer em novas centrais térmicas a gás, sistemas solares e eólicos.