Da Redação
Com ONU News em NY
Os países lusófonos podem contribuir “de grande forma” para ajudar na solução da situação de refugiados congoleses em Angola.
O coordenador residente da organização no país disse que um apelo de ação rápida deve ser lançado em três semanas. O pedido, a ser feito em parceria com as autoridades angolanas, deve servir para apoiar 50 mil vítimas que devem chegar ao país fugindo da violência na região congolesa de Kasai.
Paulo Balladeli acredita na possibilidade de Angola contar com experiências de figuras e de autoridades de países de língua portuguesa começando pelo apoio nas Nações Unidas.
“Primeiramente sublinhar que o antigo alto comissário do Acnur é agora secretário-geral das Nações Unidas. Ter já um lusófono como secretário-geral é uma grande vantagem. Ele conhece a realidade deste tipo de situações. Ele geriu por 10 anos a agência mais importante que dá atenção aos refugiados. Acredito que esse é um ponto de força para os países lusófonos em si. O senhor Guterres é de origem portuguesa e foi primeiro-ministro de Portugal.”
Balladelli retornou de uma visita a refugiados congoleses na área de Dundo na província de Lunda Norte. Ná área foi identificado um novo local para albergar mais de 20 mil congoleses.
O responsável declarou que experiências de países de língua portuguesa podem ser aproveitadas por Angola.
“Moçambique é um país que pelas condições que também está a enfrentar e tem muita possibilidade de apoiar Angola e também, mesmo numa situação bidirecional, receber de Angola sugestões sobre mecanismos para esta cooperação bilateral e tratar deste tema de assistência humanitária. O Brasil tem muita presença cá em Angola e é muito importante que possa contribuir para esta experiência e no futuro resolver esta crise.”
Balladelli não descarta a colaboração de outros Estados para lidar com refugiados que chegam a Angola e anunciou que pouco mais de US$ 10 milhões foram pedidos às Nações Unidas.
O êxodo de populações de Kasai para Angola começou com o agravamento da violência na sequência de confrontos iniciados em agosto na região congolesa.