Da Redação
Com Lusa
A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou, em 12 de fevereiro, uma resolução sobre a passagem de Angola do grupo de países de desenvolvimento baixo para o grupo de países de desenvolvimento médio até 2020.
Nos próximos cinco anos, o país deve preparar uma estratégia nacional que assegure uma transição suave, enquanto recebe assistência técnica e beneficia de vantagens ligadas ao atual estatuto.
Da parte da ONU, a organização compromete-se com a criação de um mecanismo de apoio e um roteiro com os passos a serem seguidos, bem como estratégias e políticas econômicas e sociais com parceiros multilaterais e bilaterais.
Segundo o último Relatório de Desenvolvimento Humano, lançado em dezembro, entre os países africanos de expressão portuguesa, Cabo Verde, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe estão no grupo de desenvolvimento humano médio, enquanto Angola, Guiné-Bissau e Moçambique continuam no grupo de baixo desenvolvimento.
O índice é calculado com base em três dimensões: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e um padrão de vida decente.
Para isso, são tidos em conta fatores como a esperança media de vida, os anos de escolaridade de cada cidadão e o Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’.
Duplo reconhecimento
O desenvolvimento de Angola a longo prazo foi reconhecido pelo mundo, segundo o embaixador de Portugal junto às Nações Unidas, Álvaro Mendonça e Moura, à Rádio ONU, em Nova Iorque.
Mendonça e Moura cita desafios como os baixos preços de petróleo e a necessidade de apoio internacional para que Angola deixe a classificação de País Menos Avançado. Cabo Verde foi o último país a sair do grupo em 2007.
“Há aqui um duplo reconhecimento, um reconhecimento de que Angola tem desenvolvido nos últimos anos e que, neste momento preciso com as circunstâncias do preço do petróleo, é aconselhável dar a Angola mais tempo de ajustes à sua economia para poder diversificá-la.”
Também o embaixador de Angola junto à ONU, Ismael Martins, disse que a adoção do documento é um desafio de confiança da capacidade de transformação angolana perante dificuldades.
“Esta graduação é uma mensagem que nos é transmitida de que vocês estão no bom caminho. É preciso continuar a trabalhar com Angola no sentido de apoiar este esforço que está a ser feito pela população sobretudo nesta fase de choques externos. Refiro-me à queda do preço do petróleo que veio de mais de US$ 100 para menos de US$ 30 agora. É muito pouco tempo não há economia nenhuma capaz de resistir a esse tipo de choque. Nós temos vindo a resistir.”