Mundo Lusíada
Com Rádio ONU
Angola, Brasil e São Tomé e Príncipe são os únicos lusófonos no grupo dos 72 países que atingiram a meta do Milênio de reduzir à metade a fome entre os anos 2000 e 2015. A informação consta do Relatório Estado da Insegurança Alimentar 2015, lançado esta quarta-feira, em Roma. O relatório analisa a queda dos índices de pessoas que passam fome pela metade, comparados aos dados registrados de 1990.
Em declarações à Rádio ONU, o representante da FAO junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, Hélder Muteia, falou de progressos no bloco para o alcance desse objetivo. Segundo Hélder Muteia apesar de poucos progressos na Guiné-Bissau há agora oportunidades para mudar esse quadro. Moçambique, Cabo Verde e Timor-Leste estão próximos da meta a ser avaliada no fim deste ano.
“O Brasil foi naturalmente um dos países que melhor resultado alcançou comparado aos países desenvolvidos com vista à segurança alimentar. Mas também temos outros países como Angola e São Tomé e Príncipe que deram saltos quantitativos e qualitativos muito significativos. E temos outros países como Moçambique, Cabo Verde e Timor-Leste que de um modo global estão perto ou já alcançaram as metas do milênio.”
Demais países
A Guiné-Bissau destaca-se no grupo pelo fraco progresso para baixar a desnutrição. Das 200 mil pessoas com fome em 1990, o país apresenta agora 400 mil. O país é realçado pela lentidão do progresso de combate à fome.
Em termos de percentagem de pessoas subalimentadas, o Brasil apresenta a menor proporção, com menos de 5%. O documento revela que São Tomé e Príncipe tem 6,6% de pessoas desnutridas e Cabo Verde 9,4%.
Seguem-se Angola com 14,2%, Guiné-Bissau com 20,7%, Moçambique com 25,5% e Timor-Leste com 26,9%. A FAO destaca que África Subsaariana tem 23,2% da sua população desnutrida. O estudo revela haver 795 milhões de pessoas que passam fome no planeta.
Segundo a FAO, o número de pessoas com fome no mundo caiu para 795 milhões. Em 1990 eram mais de 1 bilhão de famintos, e o próximo objetivo é a erradicação da fome. Segundo o relatório o “Estado da Insegurança Alimentar 2015”, nos países em desenvolvimento a prevalência da desnutrição sofreu uma redução de 23,3% há 25 anos para 12,9% agora.
A prevalência da desnutrição mede a proporção de pessoas sem condições de consumir comida suficiente para manter uma vida ativa e saudável. O documento cita que condições climáticas extremas, desastres naturais, instabilidade política e guerra civil também ajudaram a impedir o avanço. A FAO diz que além desses desafios, a população global aumentou 1,9 bilhão entre 1990 e 2015, o que dificultou ainda mais a tarefa de reduzir o número de pessoas que passam fome.