Turismo: Algarve quer ultrapassar 17 milhões de hóspedes em 2015

Mundo Lusíada
Com Lusa

Populares desfrutam de uma praia em Armação de Pera, Algarve. As temperaturas máximas vão subir gradualmente entre oito e dez graus Celsius entre hoje e sábado, o que levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a aumentar o número de distritos sob aviso amarelo de oito para 12, deixando apenas de fora Viana do Castelo, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu e Faro. Nas ilhas, o aviso abrange apenas a ilha de Porto Santo. LUIS FORRA/LUSA
Armação de Pera, Algarve. LUIS FORRA/LUSA

Os resultados positivos registrados no Algarve desde maio somados ao aumento da procura turística para setembro e outubro apontam para que em 2015 se ultrapassem 17 milhões de dormidas, prevê o presidente da Região de Turismo (RTA).

“Os indicadores são positivos a partir de maio/junho e agora em julho e agosto há sinais de procura superiores ao ano passado” disse à Lusa Desidério Silva, acrescentando que “globalmente o ano de 2015 vai superar 2014”.

Além do impacto nas dinâmicas da economia e do emprego no distrito de Faro, o responsável sublinhou ainda que o impacto registrado sente-se nas dormidas mas também em uma “subida tênue” nas receitas do setor turístico.

O balanço a nível nacional também é descrito como positivo pelo secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes durante a inauguração de um alojamento local no concelho de Monchique, distrito de Faro.

“De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística estamos a crescer face ao ano passado que foi um ano em que foram batidos vários recordes”, comentou apontando que só a taxa de ocupação turística não superou os valores máximos de outros anos.

Os resultados positivos não são para o secretário de Estado do Turismo motivo para acomodação, até porque vincou que continuam a existir desafios e problemas por enfrentar, como a sazonalidade, o aumento da taxa de ocupação, o incentivo à criação de novos produtos e a obtenção de maior rentabilidade por parte dos empresários do setor.

“As empresas tiveram dois anos positivos depois de muitos anos de crise e portanto ainda precisamos de mais anos positivos como este que tivemos para que as empresas possam ganhar sustentabilidade”, concluiu.

Hospedagem
O alojamento local turístico já não é sinônimo de turismo “low-cost”, de baixo custo, afirmou o secretário de Estado do Turismo. No concelho de Monchique existem atualmente mais de 40 pequenas unidades legalizadas de alojamento local, a maioria apostada nas vertentes do turismo de natureza, cultural, gastronômico e da saúde e bem-estar.

Dividir o turismo entre “de qualidade, que são os hotéis, e turismo ‘low-cost’, que são alojamentos locais, é uma distinção que eu penso que hoje não faz qualquer sentido e foi por isso que legislamos no sentido de facilitar a vida às pessoas que querem fazer alojamento local”, observou após a visita a vários alojamentos locais em Monchique.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, o executivo tem vindo a apostar nesta área através da agilização e dinamização dos projetos empresariais turísticos com vista a obter uma oferta cada vez mais qualificada e diferenciadora que traga prosperidade ao concelho.

De acordo com a autarquia, entre 2009 e 2015 foram legalizadas 30 novas unidades, entre moradias e estabelecimentos de hospedagem, equivalentes a 142 camas, enquanto entre 2003 e 2015 foram legalizados 11 unidades de turismo rural, equivalentes a 53 camas.

“Já não se pode dizer que Monchique é só um sítio de passagem. Temos já capacidade de alojamento”, sublinhou Rui André adiantando que a autarquia vai lançar um portal ‘online’ que promova o alojamento existente no concelho e que permita a venda de estadias.

Muitos destes projetos recorreram a apoios comunitários do PRODER e nasceram da vontade de recuperar casas de família ou de uma mudança de estilo de vida que foi associado a um projeto empresarial.

O presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, referiu que o alojamento local existente no Algarve representa cerca de 60% do alojamento local nacional.

A abertura de novos projetos de alojamento local e a legalização de alguns espaços que funcionavam paralelamente não indiferente para o turismo algarvio.
“Isso é importante até porque a lei define que a região terá resultados em função do número de camas e de alojamentos na região”, sublinhou.

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