Mundo Lusíada
Com Lusa
Os resultados positivos registrados no Algarve desde maio somados ao aumento da procura turística para setembro e outubro apontam para que em 2015 se ultrapassem 17 milhões de dormidas, prevê o presidente da Região de Turismo (RTA).
“Os indicadores são positivos a partir de maio/junho e agora em julho e agosto há sinais de procura superiores ao ano passado” disse à Lusa Desidério Silva, acrescentando que “globalmente o ano de 2015 vai superar 2014”.
Além do impacto nas dinâmicas da economia e do emprego no distrito de Faro, o responsável sublinhou ainda que o impacto registrado sente-se nas dormidas mas também em uma “subida tênue” nas receitas do setor turístico.
O balanço a nível nacional também é descrito como positivo pelo secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes durante a inauguração de um alojamento local no concelho de Monchique, distrito de Faro.
“De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística estamos a crescer face ao ano passado que foi um ano em que foram batidos vários recordes”, comentou apontando que só a taxa de ocupação turística não superou os valores máximos de outros anos.
Os resultados positivos não são para o secretário de Estado do Turismo motivo para acomodação, até porque vincou que continuam a existir desafios e problemas por enfrentar, como a sazonalidade, o aumento da taxa de ocupação, o incentivo à criação de novos produtos e a obtenção de maior rentabilidade por parte dos empresários do setor.
“As empresas tiveram dois anos positivos depois de muitos anos de crise e portanto ainda precisamos de mais anos positivos como este que tivemos para que as empresas possam ganhar sustentabilidade”, concluiu.
Hospedagem
O alojamento local turístico já não é sinônimo de turismo “low-cost”, de baixo custo, afirmou o secretário de Estado do Turismo. No concelho de Monchique existem atualmente mais de 40 pequenas unidades legalizadas de alojamento local, a maioria apostada nas vertentes do turismo de natureza, cultural, gastronômico e da saúde e bem-estar.
Dividir o turismo entre “de qualidade, que são os hotéis, e turismo ‘low-cost’, que são alojamentos locais, é uma distinção que eu penso que hoje não faz qualquer sentido e foi por isso que legislamos no sentido de facilitar a vida às pessoas que querem fazer alojamento local”, observou após a visita a vários alojamentos locais em Monchique.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, o executivo tem vindo a apostar nesta área através da agilização e dinamização dos projetos empresariais turísticos com vista a obter uma oferta cada vez mais qualificada e diferenciadora que traga prosperidade ao concelho.
De acordo com a autarquia, entre 2009 e 2015 foram legalizadas 30 novas unidades, entre moradias e estabelecimentos de hospedagem, equivalentes a 142 camas, enquanto entre 2003 e 2015 foram legalizados 11 unidades de turismo rural, equivalentes a 53 camas.
“Já não se pode dizer que Monchique é só um sítio de passagem. Temos já capacidade de alojamento”, sublinhou Rui André adiantando que a autarquia vai lançar um portal ‘online’ que promova o alojamento existente no concelho e que permita a venda de estadias.
Muitos destes projetos recorreram a apoios comunitários do PRODER e nasceram da vontade de recuperar casas de família ou de uma mudança de estilo de vida que foi associado a um projeto empresarial.
O presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, referiu que o alojamento local existente no Algarve representa cerca de 60% do alojamento local nacional.
A abertura de novos projetos de alojamento local e a legalização de alguns espaços que funcionavam paralelamente não indiferente para o turismo algarvio.
“Isso é importante até porque a lei define que a região terá resultados em função do número de camas e de alojamentos na região”, sublinhou.