Da Redação
Com Lusa
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, alertou para a necessidade de a população estar mais alerta com o início do desconfinamento em Portugal, e salientou que as máscaras não anulam a possibilidade de infecção por coronavírus.
“O levantamento do estado de emergência obriga-nos a estar ainda mais alerta”, disse Lacerda Sales na conferência de imprensa diária para dar conta da evolução da pandemia covid-19 em Portugal.
O secretário de Estado adiantou que o mês de maio “é determinante” na luta contra a doença provocada pelo novo coronavírus. “Com o desconfinamento progressivo temos responsabilidades acrescidas de seguir ainda de forma mais premente as orientações da Direção-Geral da Saúde”, alertou.
“É importante que as pessoas tenham em linha de conta que as máscaras não as protegem se não forem usadas corretamente e se não forem seguidas as regras de higienização das mãos, que não deixam de vigorar com o fim do estado de emergência”, afirmou.
O responsável enfatizou que as máscaras, “sendo importantes, não anulam a importância das restantes medidas com vista e evitar novas infeções”, um aviso também deixado na conferência de imprensa por Graça Freitas, diretora-geral da Saúde.
“O desconfinamento não nos isenta de continuarmos a seguir medidas de prevenção e controlo da infeção”, sendo que uma só medida não é eficaz, disse a responsável, acrescentando que é precisa muita atenção às características das máscaras comunitárias (ou sociais), já que as há de uso único e reutilizáveis.
Quanto a testes de diagnóstico, o secretário de Estado disse que desde 01 de março já foram feitos mais de 396 mil testes, 80% dos quais no mês de abril. Só esta semana foram feitos em média 13.700 testes por dia.
Lacerda Sales disse ainda que o “stock” nacional de testes de diagnóstico é de mais de um milhão, tendo sido distribuídos cerca de 328 mil pelas administrações regionais de saúde.
O novo coronavírus já provocou em Portugal 989 mortes em 25.045 pessoas infectadas, segundo a Direção-Geral da Saúde.
Gradual
O primeiro-ministro anuncia nesta quinta-feira o plano do Governo para o levantamento gradual das restrições à atividade social e econômica até 01 de junho, com as primeiras medidas a entrarem em vigor já na segunda-feira.
António Costa deve comunicar este conjunto de medidas, assim como a substituição do atual estado de emergência pela declaração de calamidade pública, no final da reunião do Conselho de Ministros.
Na semana passada, o primeiro-ministro adiantou que o plano de “desconfinamento” será adotado em três fases, a primeira já a partir de segunda-feira, em que poderão reabrir pequenos estabelecimentos comerciais de bairro.
O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, elogiou o plano de desconfinamento social preparado pelo Governo, considerando-o “prudente, responsável e sem estigmas” de ordem etária ou geográfica.
Segundo ele, a retirada de restrições “implica naturalmente uma atitude de responsabilidade individual e, simultaneamente, nas comunidades locais (municípios, freguesias, organizações não governamentais)”.
O deputado do Chega, André Ventura, afirmou que o Governo o informou de que as creches reabrem no dia 18 de maio e que a I Liga de Futebol Profissional recomeça no fim de maio.
O deputado único do Chega disse concordar com a ideia global de se começarem a levantar as restrições por causa da pandemia de covid-19, mas referiu logo a seguir que discorda que, juntamente com as creches e com o pré-escolar, também não reabra na mesma altura o 1º ciclo de ensino.
André Ventura afirmou também não compreender o motivo que leva o Governo a não permitir a reabertura dos restaurantes e cafés já a partir de segunda-feira, defendendo que estes estabelecimentos poderiam retomar a atividade com obrigações específicas em termos de lotação e normas de higiene.