AIR Centre pode potenciar reforço de relações entre Açores e Bermuda

Da Redação
Com Lusa

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, considerou , em visita à Bermuda, que o AIR Centre é um dos projetos na área da ciência que pode potenciar o reforço de relações políticas e econômicas entre os dois territórios.

“Podemos fomentar esta cooperação, quer do ponto vista das entidades públicas, mas também ao nível das entidades privadas. Aliás, o caso do AIR Centre é um dos exemplos em que a possibilidade de entidades privadas poderem participar fortalece o próprio projeto, mas também cada um dos participantes”, considerou o governante, falando aos jornalistas portugueses em Hamilton, na Bermuda.

Vasco Cordeiro falava no dia em que, pela primeira vez no território atlântico, se assinala o feriado que comemora, em 2019, o 170.º aniversário da chegada de portugueses à Bermuda.

O chefe do executivo açoriano tem insistido na necessidade de se avançar para um “novo patamar” nas relações entre os Açores e a Bermuda, e também a parceria já existente sobre o mar dos Sargaços, um importante ecossistema oceânico aberto, foi relevada por Vasco Cordeiro.

Nesta fase, é necessário “juntar a componente afetiva que já liga muitos açorianos à Bermuda à componente política e institucional que possa fomentar e reforçar essa cooperação”, considerou.

Ciência e mar são, nesse sentido, áreas em que é “perfeitamente possível estreitar essa relação, tirando proveito daquela que é uma nova abordagem em relação à presença dos açorianos e portugueses” na Bermuda, “de valorização até política, de atenção e reconhecimento do contributo que tem sido dado para o desenvolvimento” da região, referiu Vasco Cordeiro.

O Centro de Investigação Internacional do Atlântico (AIR Centre) tem sede nos Açores e agrega investigação em áreas como espaço, oceanos, alterações climáticas e processamento de dados, envolvendo ainda Brasil, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai e São Tomé e Príncipe, tendo o Reino Unido e a África do Sul como países observadores.

Nesta segunda-feira, terceiro de quatro dias de visita oficial à Bermuda, o presidente do executivo dos Açores visitou o Clube Vasco da Gama, fundado em 1935, responsável pela Escola Portuguesa, dedicada ao desenvolvimento e preservação da língua portuguesa.

Antes, acompanhado do ‘premier’ (chefe de Governo) da Bermuda, o governante açoriano plantou um jacarandá para comemorar a efeméride hoje assinalada.

Esta é a primeira deslocação oficial de Vasco Cordeiro à Bermuda, que foi destino da emigração açoriana desde meados do século XIX.

Estima-se que cerca de 20 a 25% da população da Bermuda seja descendente de portugueses, dos quais 90% de origem açoriana.

Se relativamente aos outros destinos da emigração açoriana, a maioria dos emigrantes eram oriundos de todas as ilhas do arquipélago, no caso da Bermuda são, maioritariamente, naturais de concelhos específicos da ilha de São Miguel.

A Bermuda foi, assim, o terceiro grande destino da emigração açoriana, após Brasil e Estados Unidos da América.

­Relativamente aos processos que foram tratados diretamente pela Direção Regional das Comunidades dos Açores, apurou-se, de 1960 a 2018, um total de 8.626 cidadãos portugueses da região que saíram para a Bermuda com contrato de trabalho, para exercerem diversas atividades profissionais, nomeadamente nas áreas da construção civil e jardinagem.

De 2013 a 2018 saíram 389 cidadãos dos Açores e este ano, de janeiro a 13 outubro, foram 80 os açorianos com contrato de trabalho que emigraram para a Bermuda.

A visita à Bermuda que começou no sábado, termina nesta terça-feira.

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