Da Redação
“Sabemos que depois do túnel haverá luz, mas ainda é cedo para antever a luz ao fim do túnel”, declarou o Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, no debate sobre autorização de renovação do estado de emergência, na Assembleia da República, prolongado até 17 de abril.
O Primeiro-Ministro acrescentou que o momento é de prosseguir, “com determinação e disciplina, o que os portugueses iniciaram, reforçamos com o estado de emergência, e a que os portugueses têm dado continuidade”.
António Costa referiu que há um mês foi diagnosticado o primeiro caso de Covid-19, e a doença vai evoluir nas próximas semanas, alargando o número de pessoas infetadas e, “infelizmente, de pessoas que irão falecer”.
“Se há 15 dias era necessário decretar o estado de emergência, hoje é imprescindível renová-lo”, sublinhou, acrescentando que não renovar o estado de emergência seria dar a “mensagem errada”.
O Primeiro-Ministro disse que os portugueses tiveram uma “notável disciplina, consciência, sentido cívico e responsabilidade, a autolimitar a sua circulação” antes do estado de emergência, que têm “acatado as limitações impostas” e que o ritmo de crescimento de casos novos vem desacelerando.
Páscoa é período de risco
O Primeiro-Ministro sublinhou que todo o esforço feito até agora será comprometido se não for prosseguido. “Vamos viver períodos de risco acrescido na próxima quinzena, como o período da Páscoa”.
Esta Páscoa “vai ter de ser muito diferente do que é tradicionalmente: não podemos ir à terra, ir para a segunda habitação; temos de dizer aos nossos compatriotas que vivem no estrangeiro que não é esta a boa altura de nos visitarem; as famílias, e em particular as mais numerosas, têm de passar esta Páscoa mais apartadas” disse.
“Este vírus não anda por si, somos nós que o transportamos: se não nos deslocarmos não o transportamos, e se não os aproximarmos dos outros, não o transmitimos”, sublinhou defendendo que a melhor forma de travar a pandemia é com um mínimo de deslocamento e aproximação estritamente necessária.
Ano letivo
António Costa disse também que na próxima semana deve ser decidido sobre o ano letivo. No dia 7, os epidemiologistas que têm trabalhado com a Direção-Geral de Saúde devem avaliar o risco de abertura das escolas, seja na data normal de abertura do terceiro período, seja em outras.
Ainda no dia 7, o Ministro da Educação ouvirá o Conselho de Escolas e o Conselho Nacional de Educação, e, no dia 8, acontece audição dos partidos políticos representados na Assembleia da República, para que no dia 9 o governo confirme como vai continuar o ano letivo.
O Primeiro-Ministro sublinhou que o Governo vai “ter como orientação nesta decisão é o princípio que o tem guiado desde o princípio da crise: o máximo de contenção, o mínimo de perturbação”.