Da Redação
Com Lusa
A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) tem em análise projetos de investimento de 2.300 milhões de euros em Portugal, dos quais 1.900 milhões em investimento produtivo, segundo o seu presidente.
“Estamos a falar de um ‘pipeline’ [em análise] futuro de 2.300 milhões de euros”, disse Luís Filipe de Castro Henriques na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.
Sobre os programas de incentivos, Castro Henriques adiantou que o investimento em parceria com as universidades portuguesas “quadruplicou” anualmente, destacando “o enorme reconhecimento” das instituições universitárias portuguesas por parte de empresas estrangeiras.
O presidente da AICEP considerou que Portugal “continua a ser um destino atrativo”, sendo que “cada vez mais” tem vindo a ser o local escolhido para centros de competências ligadas à engenharia e desenvolvimento de ‘software’, o que salientou serem “boas notícias”.
Sobre o Plano Estratégico 2017-2019, apresentado em outubro do ano passado, Luís Castro Henriques disse que “todas as iniciativas estão a ser implementadas no calendário previsto”.
Reiterou que mantém o objetivo de abrir uma delegação da AICEP em Cantão no próximo ano.
Relativamente aos Estados Unidos, disse que não tem “identificada a abertura de outro polo” da AICEP naquela geografia.
No entanto, admitiu que, com a aposta de mais empresas portuguesas no mercado norte-americano, “mais cedo ou mais tarde, terão de ser analisadas outras geografias”.
No que respeita aos mercados africanos, para já a AICEP mantém a presença onde está, mas tem acompanhado o interesse do Senegal e da Costa do Marfim, o que não quer dizer que no próximo plano estratégico não seja possível avaliar outras geografias naquela região.
“Provavelmente a nossa presença poderá aumentar em algumas destas geografias”, acrescentou.
Relativamente ao Brasil, disse que a AICEP não tem em vista “alargar outras delegações no país”, além da que já tem em São Paulo.
A AICEP prevê abrir uma delegação em Dublin, de acordo com o Plano Estratégico 2017-2019.
Sobre o investimento chinês, o presidente disse à Lusa, à margem da audição, que espera “que também comece a surgir investimento produtivo” acompanhado pela AICEP.
Quando questionado pelos deputados sobre as relações entre Lisboa e Teerão, Luís Filipe de Castro Henriques adiantou foram “detetadas” oportunidades que podem “ter algum potencial”.
Segundo o responsável, tem havido “muito interesse de parceiros locais pelos produtos portugueses”, mas “a principal dificuldade está ligada ao tema das transações financeiras interbancárias que permitam pagar às empresas”.
Este “é o maior obstáculo” nas exportações para o Irão, continuou, salientando que a AICEP tem “tentado promover alguns contatos entre os setores financeiros para saber se há algum mecanismo viável para ambas as partes”.