Da Redação
Com Lusa
A cantora e compositora brasileira Adriana Calcanhoto e o escritor angolano José Eduardo Agualusa vão participar nas Conferências do Estoril, que se realizam em maio, onde vão discutir os desafios da Lusofonia, segundo a Câmara Municipal de Cascais.
Adriana Calcanhoto e José Eduardo Agualusa, dois nomes da cultura e da língua portuguesa, são os mais recentes convidados confirmados da 6.ª edição das Conferências do Estoril, que decorrem nos dias 27 a 29 de maio, no campus da Nova School of Business and Economics, em Carcavelos.
O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, irá participar igualmente neste debate, subordinado ao tema “Desafios da Lusofonia”, que decorre no dia 27, pelas 14:45.
Os oradores irão tentar apontar caminhos para alguns dos principais desafios que se colocam à comunidade lusófona, como a erradicação da pobreza e a rejeição das desigualdades.
Para tal, urge desenvolver um espaço de justiça global que aprofunde o sentido de comunidade e reforce a cooperação entre países que se baseiam em valores, história e língua partilhados, salienta a autarquia, destacando que estes serão os pontos de partida para o debate.
Adriana Calcanhoto nasceu em 1965, em Porto Alegre, onde iniciou a sua carreira musical, que compreende a música popular brasileira – que lhe valeu dois Grammy Latino, um deles por melhor canção em língua portuguesa – e ainda livros e discos para crianças.
A artista é, desde 2015, embaixadora da Universidade de Coimbra, onde dá aulas, o que a leva a viver entre Coimbra e o Rio de Janeiro.
José Eduardo Agualusa nasceu em Angola, viveu em Luanda, Lisboa, Olinda, Rio de Janeiro e Berlim, mas nos últimos anos passa mais tempo na Ilha de Moçambique.
Escreveu 14 romances, que estão publicados em mais de 30 países, um dos quais, “Teoria Geral do Esquecimento”, ganhou o International Dublin Literary Award e foi finalista do International Man Booker Prize.
Agualusa já tinha vencido anteriormente um prémio literário, o Independent Foreign Fiction Prize, com o romance “O Vendedor de Passados”.
Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais desde 2011, é copresidente da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, tendo liderado durante vários anos os departamentos brasileiro e africano de empresas portuguesas nos setores de bens de consumo e turismo.
Outros oradores que já estão confirmados para a próxima edição das Conferências do Estoril são o ex-presidente da Bolívia Carlos Mesa, o jornalista e diretor do jornal venezuelano El Nacional, Miguel Otero, e a Nobel da Paz Rigoberta Menchú.
Da mesma forma, Edmund Phelps, Nobel da Economia em 2006, e Svetlana Alexiévitch, Prémio Nobel da Literatura em 2015, vão marcar presença no evento.
Outras presenças confirmadas mais recentemente são o ex-presidente francês François Hollande e o antigo primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt, assim como o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro, que vai debater o combate à corrupção com a ex-procuradora-geral da República Portuguesa Joana Marques Vidal.
Em novembro do ano passado, a organização já tinha anunciado 10 nomes de oradores, entre os quais Ahmad Nawaz, um jovem de 17 anos que foi vítima de um ataque terrorista na escola que frequentava no Paquistão, em 2014, no qual perdeu o irmão mais novo.
A jornalista norte-americana e Prémio Pulitzer Anne Applebaum, o empresário e ativista anti-apartheid Saki Macozoma, o oficial do exército da antiga Alemanha Oriental Ichrald Jäger, a ativista iraquiana Farida Kalaf, a ativista austríaca e responsável da organização Women Without Borders Edith Schaffer e o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos da Argentina Gérman Garavano serão outros oradores presentes.
No total, a organização estima que serão 158 horas de debate, com 900 participantes de 73 nacionalidades diferentes reunidos na 6.ª edição das Conferências do Estoril, em que se assinala também o 10.º aniversário desta iniciativa bienal.