Acordo trilateral para produção de café em Moçambique conta com técnicos de Brasil e Portugal

Da Redação

A Universidade Federal do Espírito Santo, através do reitor Reinaldo Centoducatte e a vice-reitora Ethel Maciel, receberam no dia 6 representantes de Portugal e Moçambique para a assinatura de um acordo de cooperação técnica trilateral entre Brasil, Portugal e Moçambique. A assinatura faz parte do projeto “Desenvolvimento Sustentável do Café no Parque Nacional Gorongosa/Moçambique em sistema Agroflorestal Integrado no Contexto da Deflorestação, Alterações Climáticas e Segurança Alimentar”.

O objetivo é a caracterização e implementação de um sistema de produção de café sustentável no Parque Nacional da Gorongosa, para mitigar os efeitos da deflorestação e da pressão das alterações climáticas, promover o agronegócio e aumentar o rendimento e a segurança alimentar das famílias rurais da região.

Com duração de 60 meses, o projeto prevê a realização de missões técnicas de especialistas da Ufes para atuarem com capacitação e transferência de conhecimentos para a produção e desenvolvimento sustentável do café. A iniciativa conta com a coordenação e financiamento conjunto da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua de Portugal, tendo como instituições implementadoras a Ufes, o Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa e o Parque Nacional da Gorongosa, de Moçambique.

Missão

Em agosto de 2017, foi realizada uma missão técnica a Moçambique para discussão e elaboração da proposta do acordo de cooperação técnica, com apoio técnico do Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Nova de Lisboa, Portugal, e da Administração Nacional de Áreas de Conservação (Anac), do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Moçambique.

O professor do Ceunes, Fábio Luiz Partelli, é o coordenador da parte brasileira no projeto, que evidencia a importância do trabalho desenvolvido pelo Brasil na adaptação de metodologia de desenvolvimento sustentável do café, sobretudo com a experiência adquirida pelo Ceunes na sua trajetória de cultivo da planta.

O orçamento inicial do projeto é de 903 mil dólares e vai beneficiar 85 produtores rurais por ano, sendo 25% mulheres. Além disso, estarão envolvidos servidores técnicos, estudantes e professores de graduação e pós-graduação de Brasil e Portugal, que participarão de ações de capacitação e formação de técnicos, agricultores e estudantes de licenciatura, mestrado e doutorado de Moçambique.

O projeto é fruto de uma parceria institucional, existente há mais de 10 anos, de trabalhos de pesquisa em café entre Brasil e Portugal, agora com o objetivo mútuo de apoiar o desenvolvimento de recursos humanos e tecnologia agrícola em Moçambique.

Entre as ações está a elaboração de um manual de boas práticas de gestão e manejo da cultura do café, com foco nos aspectos determinantes como procedimentos de condução, manutenção das plantas ao longo do ano, colheita, processamento e armazenagem do café. O manual será distribuído gratuitamente para os produtores rurais de Moçambique.

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