Da Redação
Com Lusa
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, congratulou-se com o anúncio da assinatura do acordo entre o Estado e a Renamo em Moçambique, considerando tratar-se de “um passo enorme” para a paz e estabilidade.
“Este acordo significará um passo enorme para a paz e a estabilidade de Moçambique e um fator muito importante para o desenvolvimento econômico e social, para o bem-estar e para a segurança das populações moçambicanas”, disse Santos Silva à agência Lusa.
O chefe da diplomacia portuguesa considerou ainda que a assinatura do acordo “constitui um marco muitíssimo decisivo” na vida de Moçambique e de toda região.
“Portanto, é decisivo também no que diz respeito a Portugal”, acrescentou, manifestando “enorme jubilo e satisfação” com a notícia.
“Fomos acompanhando o trabalho muito intenso, demorado, mas empenhado, conduzido ao mais alto nível…]. Um trabalho que teve um objetivo que agora foi cumprido…] de trazer a paz a Moçambique definitivamente, celebrando um acordo para a cessação definitiva das hostilidades militares que ainda restavam entre a Renamo e o Estado moçambicano”, acrescentou.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou hoje na Assembleia da República que vai assinar na quinta-feira o acordo para a cessação definitiva das hostilidades militares com o líder da Renamo, Ossufo Momade, na serra da Gorongosa, centro do país.
Filipe Nyusi disse que o acordo de quinta-feira prevê o fim formal dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.
O entendimento resulta do diálogo entre Filipe Nyusi e o falecido líder do principal partido da oposição Afonso Dhlakama e depois com o atual presidente da Renamo, Ossufo Momade.
No âmbito do diálogo entre Nyusi e a liderança da Renamo, arrancou na segunda-feira o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração do braço armado deste partido, também na Serra da Gorongosa, no centro do país.
O acordo de quinta-feira será o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, depois da assinatura do Acordo Geral de Paz de Roma de 1992 e do acordo de cessação das hostilidades militares em 2014, na sequência de uma nova vaga de confrontos entre as duas partes.