Zoológico de São Paulo fecha após morte de macaco com febre amarela na região

Mundo Lusíada
Com agencias

O zoológico de São Paulo, o Jardim Botânico e o Zoo Safari, na zona sul da capital paulista, foram fechados nesta terça-feira para evitar o risco de contaminação por febre amarela. No dia 22, a Secretaria Estadual de Saúde, confirmou que um macaco bugio encontrado morto na região tinha o vírus da doença.

“Um dos técnicos encontrou um macaco-bugio de vida livre nas dependências do Zoológico em óbito. O animal foi recolhido e amostras foram encaminhadas para análise do Instituto Adolfo Lutz. Na data de ontem foi confirmado o resultado positivo para a febre-amarela deste animal encontrado. Como medida de prevenção contra a febre-amarela, o procedimento adotado a partir de hoje é a suspensão das atividades de visitação do Zoológico de São Paulo e Zoo Safári pelo tempo determinado pela Secretaria Estadual de Saúde e Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo” declarou em nota o parque.

A medida preventiva foi tomada em relação a três parques estaduais na zona norte da cidade, que ficaram sem receber visitantes por mais de dois meses, sendo reabertos no último dia 10.

Macacos doentes, embora não transmitam a doença, são um indicativo da circulação do vírus. Os primatas são os principais hospedeiros do vírus, mas os únicos vetores de transmissão são os mosquitos. No meio silvestre, os mosquitos picam o macaco que, depois de infectado pelo vírus, pode ser picado por outro vetor e este, por sua vez, transmitir a doença para o homem.

De acordo com o último balanço da Secretaria de Estado da Saúde, divulgado dia 19, 81 pessoas foram infectadas pelo vírus da febre amarela desde janeiro de 2017, sendo que 36 morreram em decorrência da doença. No balanço anterior eram 40 casos, com 21 mortes.

Metade dos casos foi contraída na cidade de Mairiporã, 11,1% em Atibaia e 6% em Amparo. As três cidades correspondem a dois terços dos casos de febre amarela silvestre no estado. Segundo o governo estadual, o reforço das ações de vacinação para esses municípios ocorre desde o ano passado.

No total, 20 cidades de São Paulo tiveram registros da doença, o equivalente a 3,1% do total de municípios. Não há caso registrado na capital paulista.

Vacinação

A prefeitura começou neste dia 23 a distribuição domiciliar de senhas para vacinação em 16 distritos das zonas sul e leste da cidade. Com as senhas, os moradores poderão ir às unidades básicas de saúde para serem imunizados. Nesta fase, as doses fracionadas da vacina, que garantem proteção por no mínimo oito anos, só serão aplicadas após as visitas casa a casa dos agentes de saúde.

A campanha, que começaria em fevereiro, foi antecipada na cidade para a próxima quinta-feira, dia do aniversário de São Paulo e feriado municipal. Na zona leste, a vacinação vai ocorrer em oito distritos: Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Guaianases, Iguatemi, José Bonifácio, Parque do Carmo, São Mateus e São Rafael. Na zona sul, também serão oito regiões: Capão Redondo, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim São Luís, Pedreira, Socorro, Campo Limpo e Vila Andrade.

A vacinação na capital paulista foi iniciada em setembro do ano passado, na zona norte. Em seguida, devido a confirmação da circulação do vírus, transmitido por mosquitos encontrados em regiões de mata, começou, em dezembro, a imunização na zona sul e em um distrito da zona oeste.

OMS acompanha

Técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegam ao Brasil no dia 29 para acompanhar o fracionamento da vacina contra a febre amarela. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, que tem se reunido semanalmente com o órgão das Nações Unidas para tratar do surto da doença no país.

De acordo com a pasta, a previsão é que os agentes internacionais desembarquem em São Paulo e acompanhem no próprio estado o fracionamento da vacina. Além de São Paulo, o Rio de Janeiro também inicia, na próxima quinta-feira (25), a imunização de municípios pré-selecionados contra a febre amarela.

“A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional”, informou a pasta.

Especialistas do país distinguem dois tipos de febre-amarela que são diferenciadas pelo mosquito transmissor: a silvestre – transmitida pelos ‘Haemagogus’ e os ‘Sabethes’, que atacam principalmente os macacos – e a urbana – que é transmitida pelo ‘Aedes aegypti’ o mesmo vetor da dengue, Zika e da chikungunya.

Os casos registados no Brasil têm sido ligados à febre-amarela silvestre, mas, com a aproximação da fronteira de transmissão às grandes cidades o risco de que o mosquito urbano passe a transmitir a doença aumenta.

 

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