União Europeia anuncia 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia

Da Redação

 

No dia 22, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a União Europeia (EU) assinaram carta de intenções para o fortalecimento de parcerias com foco no apoio ao desenvolvimento sustentável e aos investimentos no Brasil. A carta é também mais um passo no processo de formalização da doação da UE ao Fundo Amazônia, no valor de 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 120 milhões).

A carta foi assinada pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e pela comissária da União Europeia (UE) para Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, no Rio de Janeiro, durante o IV Fórum Brasil – União Europeia – “O Brasil e a União Europeia: Políticas e Economias nas Transições Verde e Digital para um Desenvolvimento Justo e Inclusivo”. Para o presidente Mercadante, a disposição da União Europeia em contribuir para o Fundo é resultado da boa gestão dos recursos e do resultado que o Brasil já apresentou ao mundo na redução do desmatamento.

“Essa sinalização é muito importante porque é uma contribuição do conjunto dos 27 países que fazem a União Europeia. Tem um significado maior, dá muito respaldo e credibilidade ao Fundo Amazônia, que se consolidou por ter uma gestão transparente, eficiente, responsável e por responder a uma das principais demandas, que é dramática crise climática do planeta. Nós reduzimos em 50% o desmatamento, é por isso que essas contribuições estão sendo fortalecidas”, afirmou Mercadante.

O presidente do BNDES destacou a importância da preservação da Amazônia, uma área que abriga 25% da cobertura de florestas tropicais do planeta, mas que também tem responsabilidade com uma população de aproximadamente 29 milhões de habitantes. “Além de ser a maior floresta tropical existente, a Amazônia é decisiva no equilíbrio do clima e esses recursos permitem, ainda, a conectividade das populações ribeirinhas, comunidades indígenas e quilombolas que vivem na Amazônia”, disse.

“A Comissão Europeia vai oferecer 20 milhões de euros ao Fundo Amazônia e está feliz em se juntar aos estados-membros da União Europeia, que recentemente anunciaram contribuições. Nosso compromisso deverá respaldar os esforços do governo brasileiro e vai possibilitar a aceleração da luta contra o desmatamento”, disse a comissária da União Europeia para Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen.

Carteira – O Fundo Amazônia tem hoje R$ 3,9 bilhões em recursos. No ano passado, o Fundo bateu recorde de investimentos em novos projetos, após quatro anos desativado. Hoje o Fundo apoia 114 projetos, que vão do Arco da Restauração (maior projeto de restauro de florestas nativas) ao fortalecimento do Corpo de Bombeiros no enfrentamento a incêndios e o combate ao crime organizado na região. Os recursos destinados aos projetos são não reembolsáveis. Cerca de 240 mil pessoas são beneficiadas com atividades produtivas sustentáveis.

Amazônia

No segundo dia do evento States of the Future, nesta terça-feira, dia 23, na sede do BNDES, no Rio, o Arco da Restauração da Amazônia a diretora Socioambiental do Banco, Tereza Campello apresentou detalhes do projeto, lançado em dezembro passado e que receberá, em 2024, o investimento de R$ 1 bilhão.

“Assumimos essa missão de construir um projeto gigantesco, quer seja pela escala, quer seja pelo impacto que ele pretende gerar. É uma das missões do país reconstruir a Amazônia. A ideia da Amazônia como uma das grandes soluções para o planeta, a maior parte dos países vem discutindo como reduzir suas emissões, nós temos uma curva de emissões que, na verdade, só tem aumentado. Então, o mundo se coloca como tarefa reduzir as emissões. Isso não é mais suficiente. não podemos só reduzir as emissões, precisamos mais do que isso. E é isso que estamos tentando nos colocar como tarefa”, afirmou.

A executiva do Banco lembrou que o desmatamento começou a ser combatido há 15 anos, e surpreendeu o mundo ao anunciar na COP15 metas voluntárias de redução das emissões, de redução em 60% as emissões até 2020 e de 80% do desmatamento. De acordo com a diretora do BNDES, não faltam tecnologia, capacidade de mobilização de oferta de cadeia de restauração e vontade política para colocar em movimento o processo de reconstrução na Amazônia. “Se a gente conseguir reconstruir grande parte desse território, que tem terras públicas, indígenas, unidades de conservação, agricultura familiar, assentamentos, setor privado, agricultura, vamos, ao mesmo tempo, capturar carbono” informou, segundo Agencia BNDES de notícias.

Além da presença de governantes brasileiros, o evento conta também a programação conta com conferências magnas e painéis em formato de talk-show, com a participação de nomes como António Costa, presidente eleito do Conselho Europeu e ex-primeiro-ministro de Portugal; Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile; Denise Ferreira da Silva, professora da New York University; Mariana Mazzucato, diretora fundadora do Instituto para Inovação e Propósito Público da University College London (IIPP/UCL); Ailton Krenak, liderança indígena e imortal da Academia Brasileira de Letras; Dilma Rou e Ha-Joon Chang, professor da School of Oriental and African Studies da Universidade de Londres e outros.

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