Da Redação com Lusa
Portugal recebeu desde o início da invasão russa da Ucrânia 1.670 pedidos de proteção temporária, revelou nesta segunda-feira o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
A atualização feita pelo SEF é referente ao período entre 24 de fevereiro e as 13:00 de hoje.
O Governo português concede proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia em consequência da situação de guerra.
Segundo uma resolução do Conselho de Ministros, aos requerentes de proteção temporária é atribuída, de forma automática, autorização de residência por um ano, que pode ser prorrogada duas vezes por um período de seis meses.
Estes pedidos podem ser apresentados nos centros nacionais de Apoio à Integração de Migrantes e nas delegações regionais do SEF.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras disponibiliza em todo o país 24 balcões de atendimento dedicados exclusivamente a cidadãos ucranianos.
O SEF tem também no Aeroporto de Lisboa uma estrutura para registar pedidos de proteção temporária para os cidadãos ucranianos que cheguem a Portugal por via aérea.
1,7 milhão
Mais de 1,7 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, de acordo com o balanço divulgado hoje pelas Nações Unidas.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) indicou que 1.735.068 pessoas já deixaram a Ucrânia, de acordo com os dados disponibilizados no seu portal oficial às 11:00.
São mais 200.000 pessoas em relação aos números divulgados no domingo pela agência da ONU.
A Polônia abriga o maior número de refugiados desde o início da invasão russa à Ucrânia. No total, 1.027.603 ucranianos foram acolhidos no país, o que representa 59,2% do total, segundo o ACNUR.
No domingo, foi registado um novo recorde de chegadas, com 142.300 pessoas a atravessar a fronteira com a Polônia.
A Hungria está a acolher 180.163 pessoas (10,4% do total), segundo o ACNUR. O país, que tem cinco postos de fronteira com a Ucrânia e várias cidades fronteiriças, como Záhony, converteu edifícios públicos em centros de ajuda, onde civis húngaros estão a oferecer comida ou assistência.
A Eslováquia contabilizou 128.169 pessoas que fugiram da Ucrânia, ou 7,4% do total, e 14.000 a mais em relação ao último balanço.
Após a chegada à Moldova, um pequeno país de 2,6 milhões de habitantes e um dos mais pobres da Europa, alguns dos refugiados continuam a sua jornada para a Romênia ou Hungria, muitas vezes para encontrar familiares.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções econômicas a Moscou.