ARQUIVO Presidente de Moçambique, Armando Guebuza (D) cumprimenta o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma (E), à chegada para um encontro no Palácio Presidencial, em Maputo, Moçambique, em 2011. ANTONIO SILVA/LUSA
Da Redação
Com Lusa
As autoridades sul-africanas proclamaram nesta terça-feira o estado de catástrofe natural em todo o país devido à seca histórica que assola a África do Sul há vários meses a região da Cidade do Cabo, ameaçada de ficar sem água potável.
Segundo a AFP, a decisão foi tomada depois de uma “reavaliação da amplitude e da gravidade da seca atual”, e confia a partir de agora a gestão da crise ao Governo.
As autoridades sul-africanas tinham apontado o dia 11 de abril como o ‘Dia Zero’, o primeiro dia em que faltaria água nas torneiras, tendo depois adiado a estimativa para dia 16 do mesmo mês.
O adiamento deve-se ao declínio no uso de água para fins agrícolas, porque muitas quintas nalgumas províncias, que incluem a própria cidade, escolheram usar as reservas que lhes foram alocadas em vez de usar água corrente.
As autoridades avisaram os habitantes para, ainda assim, continuarem a cumprir as indicações oficiais, que limitam o uso de água a 50 litros por pessoa.
A grave seca que assola a zona é um fenômeno invulgar, já que não só deriva da escassez de precipitação que caracterizou a passada estação de chuvas (abril-outubro), como de o nível de chuva ter sido particularmente baixo também nos dois anos anteriores.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), só num duche de cinco minutos, gastam-se cerca de 100 litros de água.
Demissão
O presidente sul-africano, Jacob Zuma vai pronunciar-se na quarta-feira sobre a ordem de demissão dada pelo Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder, segundo o secretário-geral do partido, Ace Magashule.
“Tenho a certeza que o Presidente responderá amanhã (…) Sei que o Presidente vai responder amanhã”, quarta-feira, declarou Magashule numa conferência de imprensa em Joanesburgo.
“O NEC (Comitê nacional executivo, órgão de decisão do ANC) decidiu lembrar o camarada Jacob Zuma”, declarou Magashule.
“Nós não lhe demos qualquer data limite mas eu sei que o Presidente vai responder amanhã”, adiantou.
O Presidente Zuma, cujo segundo mandato termina em 2019, está envolvido em numerosos escândalos de corrupção que afetam negativamente a imagem do ANC.
“Nós estamos determinados a restaurar a credibilidade das instituições públicas, criar a estabilidade econômica e relançar a economia com urgência”, adiantou Magashule.
O Presidente Zuma não é obrigado constitucionalmente a aceitar a decisão do seu partido e se não o fizer o ANC pode pedir a votação de uma moção de censura.
Em caso de demissão do Presidente, o lugar será ocupado pelo vice-Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, presidente do ANC, confirmou Magashule.