Mundo Lusíada
Com agencias
Cerca de 60 pessoas estiveram presentes na palestra “Conhecimento, informação e ação política: estão os intelectuais sendo substituídos pelas redes sociais?” realizada na manhã do dia 23, com participação do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal Augusto Santos Silva.
O evento aconteceu na Sala do Conselho Universitário da USP – Universidade de São Paulo, com a participação do cônsul de Portugal em São Paulo Paulo Lourenço, o embaixador português no Brasil, Jorge Cabral, Marco Antonio Zago, reitor da universidade, e moderação de Uirá Machado, editor do jornal Folha de S. Paulo.
“Em primeiro lugar, o professor Augusto é um acadêmico com sólida carreira nas universidades portuguesas,” afirmou o reitor que agradeceu o apoio do Consulado Geral de Portugal em São Paulo e da FSP ao evento.
Durante cerca de uma hora, o chanceler discorreu sobre as ameaças que sofrem atualmente as democracias representativas. Para Augusto Silva, os países democráticos enfrentam a ameaça “do populismo e da desinformação” que também chamou de “fake news”.
“Há mesmo um risco de os intelectuais serem substituídos pelas redes sociais e nós temos que considerar este risco possível como uma ameaça a natureza das nossas democracias”, disse Augusto Santos Silva, na conferência da USP.
Sobre as notícias falsas, Augusto Santos Silva avaliou que estas alimentam o crescimento da desinformação já que têm três traços preocupantes: a indistinção entre informação e propaganda, a não separação de notícias e boatos e também a junção da apresentação dos fatos com as opiniões.
“Esta tendência que se vê muito nas redes sociais também está a contaminar os nossos media tradicional e traz consigo a ideia de que podemos ser menos rigorosos na apuração dos fatos e que os mecanismos de apuração podem ser dispensados (…). Tudo isto constitui uma ameaça à democracia e a função dos intelectuais”, ponderou.
O chanceler fez ainda um “mea culpa”. “Somos nós, intelectuais, os culpados dessa crise que atravessamos atualmente. Deslegitimamos nossa posição, traímos nossa condição de intelectuais quando somos menos críticos às idéias que nos são mais simpáticas”. Augusto Silva fez a mesma crítica com relação aos jornalistas. “No jornalismo há muito descumprimento da profissão quando as opiniões não são atribuídas, quando nossa caneta serve como instrumento de outro”, afirmou.
“As redes sociais existem, as novas tecnologias de informação e plataformas de comunicação existem, continuarão a existir e serão ainda mais eficazes e presentes na nossa vida privada e social. Este é o nosso presente e o nosso futuro” disse na explanação que foi elogiada pelos participantes.
Para alterar essa situação, o chanceler oferece três “antídotos”. “A alternativa é trazer também para as redes sociais a razão, a mediação, é sustentar que é preciso mais, não menos conhecimento, é preciso mais, e não menos intelectuais e jornalistas”.
Estavam presentes no encontro, ainda, a chefe do Eresp (escritório do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo) Débora Barenboim-Salej, além de representantes de secretarias de estado, da academia e estudantes. Transmitida ao vivo pela USP, a palestra pode ser assistida AQUI.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros português esteve em São Paulo, onde também participou da cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Empresarial da República Portuguesa ao presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, visitou o local onde funcionará a primeira escola portuguesa do Brasil e encontrou-se com representantes da comunidade luso-brasileira.
1 comentário em “Redes sociais ameaçam intelectuais e jornalistas, diz ministro português na USP”
Nós os intelectuais da esquerda,precisamos amarrar esse povaréu de direita, e torna-los nossos escravos. A URSS não consegui extinguir essa raça , mas nós da extrema esquerda vamos acabar com eles. vamos destruir a “Familia” destruir o conceito “Pátria” a exquerda não pode deixar a direita pensar , nós da esquerda vamos dominar e destruir o mundo.