Da Redação
Com Lusa
O papa Francisco reiterou, em 14 de setembro, a intenção de visitar Portugal em 2017, no centenário das aparições de Fátima, numa entrevista à Rádio Renascença em que afirma que o país é “privilegiado por ter o Santuário de Fátima”.
“Em Portugal só estive uma vez há muitos anos, a caminho de Roma, num avião que fez escala em Lisboa. Tenho vontade de ir a Portugal para o centenário, mas em 2017 também se cumprem os 300 anos do encontro da imagem da Virgem Aparecida, por isso também estou com vontade de lá ir e prometi lá ir”, afirmou o Sumo Pontífice na entrevista divulgada pela Rádio Renascença.
O papa Francisco disse ser mais fácil deslocar-se a Portugal do que ao Brasil, justificando que se trata de um país onde se pode ir e voltar no mesmo dia “ou tirar um dia e meio ou dois para ir ter com a Virgem”.
“A Virgem é mãe, é muito mãe e a sua presença acompanha o povo de Deus. Por isso, gostaria de ir a Portugal, que é privilegiado”, declarou.
Na entrevista, o papa Francisco revelou duas preocupações para expor aos bispos portugueses, relativamente aos jovens e à catequese.
“Os jovens são mais informais, têm o seu próprio ritmo, há que deixá-los crescer e acompanhá-los com prudência, saber escutá-los muito. Um jovem é inquieto, não quer que o incomodem. Por vezes não se entendem, estão a crescer, é preciso deixá-los crescer, acompanhá-los, respeitá-los e falar com eles muito paternalmente, é um desafio”, disse.
Questionado sobre como os portugueses se podem preparar para a sua visita – o quarto papa a visitar Portugal, depois de uma visita de Paulo VI, três de João Paulo II e outra de Bento XVI -, Francisco respondeu: “rezando”.
“O que a Virgem pede é que rezemos, cuidemos da família. Não pede coisas estranhas, pede que rezemos por aqueles que andam desorientados, pelos que se dizem pecadores. Todos o somos, eu sou o primeiro”, afirmou.
No sábado passado, o bispo de Leiria-Fátima, António Marto, revelou à agência Ecclesia que o secretário de Estado do Vaticano vai presidir à peregrinação internacional aniversária de outubro de 2016 ao Santuário de Fátima para preparar a visita do papa em maio do ano seguinte.
“Tínhamos feito o convite e ele ter-se-á aconselhado com o papa, que lhe terá dito ‘vais abrir o caminho, ele vai como precursor’”, declarou António Marto, em Roma, no final da visita “ad limina”.
Segundo António Marto, o cardeal Pietro Parolín, número dois da hierarquia da igreja católica, disse nunca ter visitado o santuário português.
A visita “ad limina” é aquela cada bispo diocesano deve fazer a Roma, de cinco em cinco anos, e durante a qual apresenta ao papa o relatório sobre o estado da respetiva diocese e da igreja no seu país.
No encontro dos bispos portugueses com o papa, na semana passada, Francisco expressou novamente a vontade de se deslocar a Fátima em 2017.
O centenário das ‘aparições’ de 1917 na Cova da Iria e a relevância do Santuário de Fátima foram temas que marcaram a visita “ad limina” que decorreu na semana passada, na qual vários prefeitos das congregações do Vaticano sublinharam a sua importância, acrescentou António Marto.
O papa Francisco confirmou, no dia 25 de abril deste ano, ao bispo de Leiria-Fátima, que tenciona deslocar-se a Fátima em 2017, data em se assinala o centenário das ‘aparições’ na Cova da Iria, revelou a diocese portuguesa.
Numa informação enviada à agência Lusa naquela data, a diocese anunciou que, em audiência privada, em Roma, o papa Francisco confirmou a António Marto que, “‘se Deus [lhe] der vida e saúde’, quer estar na Cova da Iria para celebrar o centenário das ‘aparições’ de Fátima”.
“Depois de ter recebido já vários convites, é a primeira vez que Francisco afirmou de forma explícita o desejo de ir a Fátima, autorizando a divulgação pública da sua intenção”, destacou a diocese.