Da Redação
A Organização Mundial da Saúde acaba de declarar o covid-19 uma pandemia. A decisão foi anunciada pelo chefe da agência, Tedros Ghebreyesus, em Genebra, nesta quarta-feira. A doença, que surgiu no final do dezembro, na China, já está presente em 114 países.
Segundo o chefe da OMS, nas últimas duas semanas o número de novos casos diários, fora da China, aumentou 13 vezes. E a quantidade de países afetados triplicou.
Até esta quarta-feira, existem mais de 118 mil casos e 4.291 mortes. Ghebreyesus contou que “milhares de pessoas estão lutando pela vida em hospitais” e que “nos próximos dias e semanas, espera-se que o número de casos, de mortes e de países afetados suba ainda mais.”
O diretor-geral disse que a OMS está acompanhando o vírus 24 horas por dia e está “profundamente preocupada com os níveis alarmantes de contágio e de falta de ação.”
Tedros explicou que a palavra pandemia “não é usada de forma fácil ou sem cuidados.” E que é um termo que “se for usado erroneamente pode causar medo e desistência de lutar contra o vírus levando a sofrimentos e mortes desnecessárias.”
Avaliação
O chefe da OMS esclareceu que a pandemia “não muda a avaliação da OMS sobre a ameaça ou aquilo que a agência tem feito e que os países devem fazer” para vencer o covid-19.
Esta é a primeira vez que uma pandemia é decretada devido a um coronavírus. A OMS repetiu o pedido de “ação urgente e agressiva.”
Para Tedros, não é suficiente olhar para os dados globais. De todos os casos globais, mais de 90% foram notificados em apenas quatro países. Após a China, os países mais afetados são Itália, Coreia do Sul e Japão.
Neste momento, Coreia do Sul e China têm “epidemias em declínio significativo.”
Em todo o mundo, 81 nações ainda não tiveram qualquer caso. Cerca de 57 países, confirmaram menos de 10 casos.
Tedros disse que queria deixar uma mensagem “bem clara”. Segundo ele, “os países ainda podem mudar a trajetória desta pandemia.”
Larga escala
Se os países detectarem, testarem, tratarem, isolarem e acompanharem os casos e mobilizarem as pessoas para a resposta, os países com poucos casos “podem prevenir que esses casos se tornem focos da doença.”
Mesmo os países com grandes focos e transmissão em larga escala, podem inverter a situação. Vários países já mostraram que o vírus pode ser reprimido e controlado.
Segundo ele, o desafio não e saber se os países que enfrentam a crise neste momento conseguem seguir esse exemplo, mas sim se o irão fazer.
Segundo o chefe da OMS, “alguns estão a lidar com uma falta de capacidade, outros com uma falta de recurso e alguns com uma falta de vontade.”
Ele disse que os governos de todo o mundo devem preparar seus hospitais e proteger e treinar seus trabalhadores de saúde. Ele afirmou que “todos os países devem conseguir um equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar a interrupção econômica e social e a proteção dos direitos humanos.”
Medidas
Desde a terça-feira, a Itália está observando uma quarentena após ser declarada pelo governo uma “zona vermelha” pelo alto risco de contaminação com a nova cepa do corononavírus.
Segundo agências de notícias, milhares de pessoas estão contaminadas no país. Portugal suspendeu todos os voos para Itália.
Nos Estados Unidos, o governador do estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, declarou estado de emergência no fim de semana após o condado de Westchester ter sido identificado como um foco de novas infecções. A decisão foi anuncia dias após a Califórnia ter declarado que estava em emergência pelo covid-19.
Nesta quarta-feira, a sede da ONU fechou suas portas para as visitas guiadas e pediu à metade dos funcionários que trabalhem de casa pelo menos três vezes por semana para tentar conter o vírus.