Mais de 500 mil pessoas deixaram a Ucrânia para se refugiar em países vizinhos

Mundo Lusíada com Lusa

Mais de 500.000 pessoas deixaram a Ucrânia para se refugiar em vários países vizinhos desde que começou a ofensiva militar russa, na quinta-feira, segundo o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi.

O número avançado através de uma mensagem divulgada na rede social Twitter indica um aumento do número de refugiados em relação ao balanço publicado nesta manhã pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Segundo avançava há algumas horas o ACNUR, também através do Twitter, o número de ucranianos que tinha abandonado o país rondava as 422 mil pessoas, às quais se somavam mais 100 mil deslocados internos.

A contagem enviada um pouco depois pelos serviços de Grandi referiu haver já 499.412 refugiados, dos quais mais de metade (281.000 pessoas) estão na Polónia.

Desde o início dos violentos combates que opõem as tropas russas ao exército ucraniano, os civis – sobretudo mulheres e crianças, já que os homens em idade de combate não podem deixar a Ucrânia – tentam por todos os meios chegar aos países limítrofes em busca de abrigo, seja de comboio, de carro ou, muitas vezes, a pé.

De acordo com a última contagem publicada, a Hungria recebeu 84.586 refugiados, a Moldávia mais de 36.000 e a Romênia e a Eslováquia cerca de 30.000 cada.

Cerca de 34.600 pessoas foram diretamente para outros países europeus, já que os cidadãos ucranianos estão temporariamente isentos da necessidade de ter visto para entrar na União Europeia e na Suíça.

Negociações

As conversações entre representantes ucranianos e russos começaram hoje na Bielorrússia, segundo imagens divulgadas pela agência bielorrussa BelTA.

A agência mostrou imagens no seu canal na rede social Youtube em que se veem as duas delegações a entrarem para uma sala com uma mesa com 10 cadeiras de cada lado.

Antes do início do encontro, o ministro dos Negócios Estrangeiros bielorrusso, Uladzimir Makiej, disse aos negociadores que se podiam sentir “completamente seguros” na Bielorrússia, de acordo com o relato da BelTA.

Também os ministros da Defesa da UE discutem hoje, por videoconferência, como coordenar e concretizar a decisão histórica tomada na véspera pelos 27 de enviarem armas para ajudar a Ucrânia a fazer face à agressão da Rússia.

À entrada para a sede do Conselho, em Bruxelas, de onde dirige os trabalhos por videoconferência, o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell explicou que o objetivo da videoconferência é “coordenar bem o que os Estados-membros estão a fazer pela sua parte e o que é possível fazer com o pacote de 450 milhões de euros” que o bloco europeu decidiu atribuir às forças armadas ucranianas.

O chefe da diplomacia europeia apontou que este pacote financeiro visa a aquisição e fornecimento de “armas defensivas, armas de alto calibre, equipamento anti-tanque, tudo o que possa repelir a agressão”.

Em Lisboa

A Câmara de Lisboa vai abrir o refeitório municipal de Monsanto para apoiar ucranianos retidos na cidade e criar um centro de acolhimento de emergência para refugiados da Ucrânia num pavilhão da Polícia Municipal.

Para todos os ucranianos que precisam de ajuda e para todos os que querem ajuda, o município tem disponível a partir de agora uma linha telefónica 800 910 111 e o endereço de email [email protected], indicou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), numa conferência de imprensa conjunta com a embaixadora da Ucrânia, Inna Ohnivets.

“Lisboa está realmente com Kiev, com a Ucrânia, com o povo ucraniano”, afirmou Carlos Moedas, referindo que o sentimento de solidariedade “é tão forte”: “Com o coração dos lisboetas, queremos ajudar em tudo aquilo que seja necessário, não podemos ter essa hesitação”.

O plano de solidariedade da cidade de Lisboa, centralizado na Câmara Municipal e que inclui as 24 juntas de freguesia lisboetas, divide-se em duas fases, em que a primeira passa por “dar um apoio imediato de alimentação, alojamento, vestuário, medicação e apoio psicossocial” aos ucranianos retidos na capital portuguesa, que se estima serem cerca de 50.

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