Incêndios em Portugal: Circulação normalizada em todo o país apesar dos fogos

Moradores de São Teotónio abandonam as suas casas devido a fumo intenso do incêndio no concelho de Odemira, 7 de agosto de 2023. Estiveram no combate às chamas 633 operacionais, apoiados por 206 viaturas terrestres e 10 meios aéreos. O incêndio, que deflagrou na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, a meio da tarde de sábado, já obrigou a evacuar quatro locais no concelho de Odemira (Vale dos Alhos, Vale de Água, Choça dos Vales e Relva Grande) e uma unidade de turismo rural. LUÍS FORRA/LUSA

Da Redação com Lusa

O comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, assegurou hoje que a circulação está normalizada em todo o país, não havendo cortes de vias apesar dos incêndios em curso.

A informação foi atualizada cerca das 13:10 pelo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, num ‘briefing’ sobre o ponto de situação dos incêndios rurais, em Portugal.

De acordo com André Fernandes, àquela hora, havia “três ocorrências significativas” – em Odemira, Cinfães e Mangualde” -, estando ativos os planos municipais de emergência em Castelo Branco, Proença-a-Nova e Odemira.

“Neste momento, não há nenhum incêndio que tenha cortes de vias, em particular itinerários principias, podendo-se circular livremente no país sem qualquer constrangimento relacionado com incêndios rurais”, disse o comandante nacional.

Ao início da manhã, estavam ainda cortadas ao trânsito a Estrada Nacional (EN) 120, entre São Teotónio e Odeceixe, no concelho vizinho de Aljezur (distrito de Faro), e as municipais 501, 1186, 1001, na sequência do incêndio que lavra desde sábado em Odemira.

Sobre a evolução da situação a nível nacional, André Fernandes relatou um “crescendo de ocorrências”, que registrou o pico na segunda-feira com 114 ocorrências. “Desde a meia-noite de hoje até às 12:00, foram dados como novas ocorrências 38 novos incêndios, para os quais foram mobilizados 674 operacionais e 188 veículos”, acrescentou.

Estão também ainda sob vigilância 15 ocorrências em fase de resolução ou conclusão, que mobilizam 1.282 operacionais, 441 meios terrestres e com o apoio de cinco meios aéreos.

A propósito dos incêndios em Leiria, nas freguesias do Arrabal e Caranguejeira, ambos em resolução ao início da manhã e ainda sem causas conhecidas, André Fernandes disse que a situação “está mais calma”, mas os danos estão ainda a ser apurados.

Insistindo ainda no apelo à prevenção e à adequação de comportamentos face ao risco de incêndio, o comandante nacional.

“Tivemos 114 ignições em 24 horas. É um número que não é aceitável, temos que o reduzir e se quisermos que o dispositivo funcione para manter a nossa segurança temos que fazer parte deste esforço global enquanto cidadãos de reduzir o número de ignições e adequar os nossos comportamentos ao risco que é comunicado”, sublinhou.

Odemira

O incêndio que deflagrou no sábado em São Teotónio, concelho de Odemira, é aquele que continua a merecer maior atenção da Proteção Civil e a área ardida é já de cerca de 7.000 hectares, segundo o comandante nacional.

“O incêndio de Odemira já atingiu uma área de cerca de 7.000 hectares”, sobretudo “extensas áreas de pinhal e povoamentos mistos como eucaliptal, sobreiros, medronheiros e matos”, indicou o comandante nacional, considerando tratar-se de “uma área difícil”.

Devido ao incêndio, foram evacuadas 20 povoações e um parque de campismo, num total de 1.424 pessoas deslocadas, sendo que a maioria, retirada preventivamente do parque de campismo São Miguel, já regressou.

André Fernandes sublinhou ainda que as condições meteorológicas naquela zona vão manter-se desfavoráveis, devido ao calor e ao vento seco, mas as próximas 24 horas serão fundamentais para evitar que o incêndio progrida para a serra de Monchique, no Algarve.

Além das condições meteorológicas, o comandante nacional explicou que as características do terreno têm também complicado o combate ao fogo, por dificultarem a progressão das equipas e potenciarem “a abertura do incêndio em várias novas frentes que vão surgindo”.

Durante a manhã, o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, José Ribeiro, tinha já informado que o combate ao fogo em Odemira permitiu uma “estabilização do perímetro do incêndio”, mas há ainda dois pontos críticos a motivar preocupação, a norte, na zona de Delfeira, e a sul, na frente virada a Monchique.

De acordo com a informação disponível no ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio que começou em São Teotónio (Odemira) no sábado é o que mais meios mobilizava pelas 07:30, com um total de 841 operacionais, apoiados por 284 viaturas.

O incêndio rural numa área de mato e pinhal deflagrou na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, a meio da tarde de sábado, e já entrou por algumas vezes no Algarve, tendo na tarde de segunda-feira rodeado o centro de Odeceixe.

O fogo levou a Câmara de Odemira a ativar o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, com efeitos desde as 14:30 de domingo.

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