Governo confirma que China autorizou repatriamento de portugueses em Wuhan

Da Redação
Com Lusa

O Governo português anunciou nesta sexta-feira que as autoridades chinesas já deram autorização para o repatriamento dos cidadãos lusos retidos em Wuhan, devido ao novo coronavírus, e que o voo “será realizado logo que respeitados os devidos procedimentos”.

“Podemos informar que esse processo [de autorização] já está concluído de modo que o voo será realizado logo que respeitados os devidos procedimentos técnicos e regulamentares”, indica, em comunicado do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Os 17 portugueses retidos em Wuhan, cidade chinesa colocada sob quarentena, foram notificados que o voo a partir do qual estava planejado serem retirados sexta-feira seria adiado para sábado, disseram à Lusa. Mas o ministro desmentiu que o voo teria sido adiado por falta de autorização do governo chinês.

O voo partiu na quinta-feira de Portugal rumo a Paris e deveria já ter saído rumo a Hanói e depois a Wuhan, no centro da China, para resgatar cidadãos europeus, incluindo os 17 portugueses.

A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infectados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.

Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 56 milhões de habitantes que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.

A Comissão Europeia ativou na terça-feira o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido da França.

Franceses chegam

O avião com cerca de 200 franceses que se encontravam em Wuhan aterrou perto das 12h30 locais (11h30 em Lisboa) numa base militar a 60 quilômetros de Marselha (sudeste de França).

Já a Alemanha vai enviar um avião militar para aquela cidade chinesa para repatriar “mais de 100” dos seus cidadãos, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas.

Os franceses que chegaram hoje a França, nenhum dos quais apresenta sintomas da doença, aplaudiram o seu regresso ao país e devem agora ser transportados para um centro de férias na região, onde ficarão em quarentena duas semanas, segundo jornalistas da agência France Presse a bordo.

Durante o período de isolamento, os repatriados serão alvo de vigilância médica para confirmar que não foram contaminados pelo vírus.

Quanto aos alemães a repatriar, Heiko Maas disse que nenhum apresenta sinais da doença, mas que serão “colocados em quarentena durante duas semanas numa base militar para garantir que nenhum foi infetado”.

Vários países como o Japão, os Estados Unidos e o Reino Unido retiraram os seus cidadãos de Wuhan na sequência do surto do vírus.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países – Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.

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