Companhias aéreas dos EUA proíbem transporte de troféus de caça

Mundo Lusíada
Com agencias

LeaoCecil_ZimbabueAs principais companhias aéreas dos Estados Unidos da América (EUA), a United Airlines, a American Airlines e a Delta, decidiram proibir o transporte de grandes troféus de caça, após a morte polêmica do leão Cecil por um caçador norte-americano.

A primeira companhia a adotar esta medida foi a Delta, que efetua voos entre os EUA e a África do Sul, tendo anunciado a entrada em vigor da proibição de transporte de troféus de caça de animais de grande porte na segunda-feira, através de um comunicado.

“Com efeito imediato, a Delta proíbe, em todo o mundo, o transporte como carga de troféus de leões, leopardos, elefantes, rinocerontes e búfalos”, explicou a companhia norte-americana.

A Delta destacou que até ao momento da decisão aceitava apenas transportar troféus que cumprissem, de forma rigorosa, todos os regulamentos governamentais relativos às espécies protegidas e adiantou que irá rever o transporte relacionado com os troféus de caça em relação a outros animais além dos mencionados.

Horas depois da medida ter sido anunciada pela Delta, as outras duas companhias aéreas, a United Airlines e a American Airlines, também anunciaram a proibição do transporte de caça dos cinco animais mencionados.

A morte do leão Cecil nas mãos do americano Walter Palmer, que motivou a medida levada a cabo pelas três companhias aéreas, está a ser investigada pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos, para descobrir se a morte do leão estará relacionada com a rede de tráfico ilegal de animais.

De acordo com o Instituto para a Conservação do Zimbábue (ZCTF, em Inglês), Palmer participou numa caçada à noite no Parque Nacional Hwange, no oeste do país, no dia 06 de julho. “Palmer disparou contra Cecil um tiro com arco e flecha, mas o disparo não o matou. Seguiu-o até o encontrar novamente, 40 horas depois, e disparou com uma arma”, disse o presidente da ZCTF, Johnny Rodrigues.

As autoridades norte-americanas também já abriram um inquérito para investigar o caso. Nos Estados Unidos, o dentista teve sua clínica fechada temporariamente depois de manifestantes terem protestado colocando cartazes na porta do edifício.

A petição que pede aos EUA e Europa que proíbam a importação “destes troféus” que ameaçam a sobrevivência destes animais já soma mais de um milhão de assinaturas. Outra petição que também já passou deste número de apoiantes pede ao presidente do Zimbabué para parar de emitir licenças de caça para matar animais em extinção.

Proibido
O Zimbábue anunciou em 1 de agosto restrições imediatas à caça de grandes animais, como leões, elefantes e leopardos, perto da reserva ambiental Hwange. A partir de agora, a caça só será permitida com autorização especial por escrito e com a presença de funcionários do parque. “A matança ilegal do leão Cecil fora do Parque Nacional de Hwange mostrou a necessidade de reforçar ainda mais as regulamentações sobre a caça em todas as áreas que fazem fronteira com o parque”, informou a autoridade dos Parques Nacionais do Zimbábue (ZPWMA).

No dia 31, a ministra do Ambiente do Zimbábue, Oppah Muchinguri, pediu a extradição do norte-americano Walter Palmer para julgamento. O tribunal de Hwange também apresentou acusações contra o responsável local pela caçada, Theo Bronkhorst. O caçador profissional foi acusado de “não impedir a caça ilegal” e foi colocado em liberdade vigiada antes do início do julgamento, marcado para o próximo dia 05 de agosto.

Um outro americano também está sendo investigado no país por caça de um leão, sem autorização, em abril.

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