Brasil e Portugal discutiram análise de redes sociais em Brasília

Por Igor Lopes

A Faculdade de Ciência da Informação (FCI) da Universidade de Brasília (UnB) foi palco da edição brasileira da 2ª Escola Luso-Brasileira de Análise de Redes Sociais (ARS), entre os dias 9 e 11 de julho.

O evento, que contou com inscrições gratuitas, reuniu estudantes de graduação, pós-graduação, pesquisadores, docentes universitários, funcionários de empresas e da administração pública interessados em aprender e aplicar métodos, técnicas e ferramentas de ARS, aos mais variados domínios do conhecimento. Os três dias de aulas, ministradas por professores nacionais e internacionais, ficaram marcados por uma grande imersão no cenário da análise de redes sociais, sob uma perspectiva acadêmica e prática.

O professor brasileiro Dalton Martins fez a introdução à análise de redes sociais. Foi ele o responsável por passar aos alunos os principais conceitos, métodos e medidas da análise de redes sociais, além de apresentar o software GEPHI para análise e visualização de dados.

A portuguesa Inês Amaral abordou a ARS aplicada às mídias sociais e promoveu a capacitação dos participantes na análise de dados provenientes de mídias sociais como facebook e twitter. Já Ricardo Sampaio, do Brasil, desvendou os caminhos das redes de colaboração científica, focando na aplicação dos métodos de ARS e promovendo conhecimento a partir de dados de bases internacionais e brasileiras.

Na opinião da docente Inês Amaral, que veio de Portugal para ministrar o curso, o resultado dessa formação foi positivo.

“Vim ao Brasil trazer a minha expertise na área de metodologia de análise de redes sociais, cruzada com mídias digitais. Acho que temos muito a ganhar com as parcerias dentro do assunto entre Portugal e Brasil, primeiro porque o espaço lusófono não tem tantos analistas de redes sociais assim, portanto, precisamos estar unidos, mas, sobretudo, porque, dentro do assunto das mídias digitais, os dois países constituem-se, naturalmente, em duas nações com potencial muito grande na propagação da formação on-line, enfim, consumo on-line. Acredito que a Escola é para continuar no próximo ano em Portugal”, defendeu Inês Amaral.

“O curso serviu para enfatizar o que há de mais atual em termos de software e tendências no ramo da análise de redes sociais, com visões bem interessantes do que é praticado no Brasil e em Portugal”, comentou um dos participantes à nossa reportagem, que esteve na capital brasileira acompanhando as aulas.

Desenvolver competências

Por sua vez, Ricardo Sampaio, docente brasileiro e um dos responsáveis pelo evento, sublinhou a importância do curso.

“O objetivo principal da segunda escola luso-brasileira foi desenvolver as competências dos alunos para trabalharem esse tema que é bastante rico, que é o entendimento de como as relações são estabelecidas entre os entes sociais. Este é um projeto que está sendo desenvolvido há dois anos com professores da Universidade de Lisboa e de Coimbra, e aqui no Brasil”, comentou esse professor, que realçou que a “proposta do projeto é focar em falantes da língua portuguesa, tanto no Brasil quanto em Portugal”.

Ricardo Sampaio diz estar empenhado agora em realizar o Colóquio de Análise de Redes Aplicadas (CARA) no próximo mês de novembro e prevê que, em 2019, aconteça mais uma etapa da Escola Luso-Brasileira de ARS, em Portugal, juntamente com o CARA.

“A ligação entre Brasil e Portugal nesta área concreta pode permitir expandir o conhecimento científico, afirmar os dois países sob um ponto de vista acadêmico e internacional, assim como cruzar conhecimentos na formação de pessoas que possam implementar esta metodologia na estratégia das suas empresas”, finalizou Inês Amaral.

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