Banif, sindicatos e clientes em ação-crime contra TVI

Da Redação
Com agencias

logo-banifO Banif declarou que sindicatos do setor bancário e clientes vão se juntar à ação-crime que vai colocar contra a TVI pelas notícias recentes sobre o banco.

“As estruturas sindicais do setor bancário e um vasto grupo de clientes vão juntar-se ao Banif na ação crime contra o comportamento altamente irresponsável da TVI, o qual provocou danos irreparáveis à instituição e ao interesse público”, disse o Banif em nota de imprensa.

O Conselho de Administração do Banif garantiu na terça-feira que vai avançar para os tribunais contra a TVI devido a notícias divulgadas no domingo à noite sobre a resolução iminente do banco e mesmo depois do esclarecimento feito pela Direção de Informação da estação televisiva.

“A TVI vem agora pedir desculpa aos seus espectadores bem como aos clientes, trabalhadores e acionistas do Banif, desmentindo as notícias infundadas que desde domingo tem vindo a divulgar”, lê-se na nota enviada pelo Banif à comunicação social, que adianta que o grupo financeiro vai recorrer à Justiça para se valer dos “danos irreparáveis” das notícias da TVI.

O presidente do Sindicato dos Bancários Sul e Ilhas, Rui Riso, disse à Lusa que foi contactado pelo Banif no sentido de uma ação conjunta, mas afirmou que a estrutura ainda está a ponderar das vantagens para os trabalhadores.

“Sentimo-nos prejudicados e desiludidos com a atitude da TVI. Mas temos de ponderar os efeitos práticos. Caso haja uma indenização é para o banco ou para os trabalhadores”, questionou Rui Riso.

A direção de informação da televisão emitiu terça-feira um esclarecimento em que apresenta “desculpas aos seus espectadores, mas também aos acionistas, trabalhadores e clientes do Banif” .

“A TVI envia desculpas aos seus espectadores, mas também aos acionistas, trabalhadores e clientes do Banif, pela difusão de um conjunto de informações que, embora cabalmente esclarecidas no jornal ‘25ª hora¹, emitido à meia-noite, poderão ter induzido conclusões erradas e precipitadas sobre os destinos daquela instituição financeira”, lê-se no comunicado.

A tv confessou que pode “ter contribuído para a formação da ideia de que a solução preparada pelo Estado para o Banif apontava para a integração imediata daquela instituição financeira na Caixa Geral de Depósitos, depois de colocados os ativos designados ‘tóxicos’ num ‘banco mau’ a criar” e que o cenário de fecho imediato pode ter sido interpretada “num primeiro momento” pelos espectadores.

Confiança
Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, Pedro Passos Coelho referiu que esta “foi uma matéria que esteve na pasta de transição” do executivo PSD/CDS-PP para o atual Governo do PS, a quem disse terem sido dadas informações sobre este assunto “ainda antes mesmo de ter tomado posse”.

“Eu tenho confiança, tive sempre, na forma como o supervisor vem acompanhando estes assuntos, e quero acreditar que o Governo também não terá um outro objetivo que não seja o de assegurar a estabilidade financeira”, afirmou o ex-primeiro-ministro.

Perante a insistência dos jornalistas para que respondesse às críticas feitas à atuação do seu Governo em relação ao Banif, Passos Coelho defendeu que estas não devem ser “matérias de arremesso partidário e político” e recusou fazer qualquer comentário sobre o passado enquanto o processo estiver a decorrer.

“Se algum dia, quando esta questão estiver resolvida, alguém quiser ter um debate sério sobre este assunto, nós cá estaremos, aqueles que tiveram responsabilidades no passado, a responder por aquilo que fizeram. É assim que deve ser”, acrescentou.

Já o primeiro-ministro Antonio Costa declarou duvidar que o Banco de Portugal “esteja apetrechado com a capacidade e o know-how necessários para proceder à gestão e intervenção na banca comercial”. No primeiro debate quinzenal no Parlamento, Costa referiu ainda que o modelo do sistema de resolução português “revela claramente insuficiências”.

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