Da Redação
O Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, na sua XXII reunião ordinária, realizada em Brasília no dia 20 de julho, decidiu conceder a categoria de Observador Consultivo à Fundação Academia Galega da Língua Portuguesa.
Segundo a organização, a decisão é duplamente significativa, por ser a primeira entidade da sociedade civil galega a participar oficialmente do organismo, “o que poderá vir a reforçar as posições pró lusófonas na Galiza”, e por tratar-se de uma Academia que defende a unidade da língua portuguesa, de que o galego faz parte.
O presidente da Academia, professor Rudesindo Soutelo, salientou a importância deste reconhecimento, que faz extensivo a todos os cidadãos galegos, instituições acadêmicas e entidades culturais que partilham a visão do português como norma internacional válida para a Galiza, e manifestou o seu agradecimento ao governo da República de Angola, que patrocinou a candidatura da Academia com o apoio explícito de outros países membros, como já o tinha feito na Cimeira de Luanda, em 22 de julho de 2011, bem como à Fundação Doutor António Agostinho Neto, pelo apoio ao longo dos anos.
A Academia Galega da Língua Portuguesa foi criada formalmente em 20 de setembro de 2008 em Santiago de Compostela. Realizou a sua sessão inaugural em 6 de outubro do mesmo ano, com a presença de representantes da Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras, Governo Autónomo da Galiza e diversas personalidades lusófonas. Formada por 32 acadêmicos numerários, mantém atualmente um relacionamento estável com mais de 30 instituições de Angola, Argentina, Brasil, Canadá, Goa (Índia), Macau (China) e Portugal.
Neste breve espaço de tempo integrou o Léxico da Galiza no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora e no Vocabulário Priberam, através do programa informático FLiP.
Publicou 8 números do seu Boletim, iniciou uma Coleção Clássicos da Galiza, realizou uma série de Seminários de Lexicologia, publicou o Vocabulário Ortográfico da Galiza, com 150,000 entradas, organizou diversos encontros internacionais em Santiago de Compostela, e colaborou em diversas Conferências da Comissão de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, dos Observadores Consultivos da CPLP. Tem, como dicionário de referência, o Dicionário Estraviz, atualizado conforme ao Acordo Ortográfico de 1990, e acessível gratuitamente na internet.
A Academia Galega da Língua Portuguesa é uma Fundação registrada no Ministério da Cultura da Espanha desde 2011. Entre as suas funções estatutárias encontra-se a defesa da unidade da língua portuguesa, e o assessoramento a instituições públicas e governos em matéria de relações internacionais com os países de língua portuguesa, e tem a sua sede na Casa da Língua Comum, em Santiago de Compostela.