Academia Brasileira de Letras elege dois portugueses entre Sócios Correspondentes

Da Redação com Lusa

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu, na quinta-feira, em sessão virtual, os quatro novos Sócios Correspondentes da instituição, entre os quais os portugueses Telmo dos Santos Verdelho, professor catedrático, e Guilherme d’Oliveira Martins, administrador da Gulbenkian.

O Quadro de Sócios Correspondentes da ABL é formado por 20 membros estrangeiros, tendo a eleição de quinta-feira preenchido as cadeiras sete, oito, 18 e 20. Um novo membro apenas é eleito pelos Acadêmicos quando um dos efetivos morre.

O professor Catedrático da Universidade de Aveiro Telmo dos Santos Verdelho foi um dos portugueses eleitos. É autor da obra “As palavras e as ideias na revolução liberal de 1820” (1981) e de diversas outras publicações ao longo da sua carreira. O novo Sócio Correspondente ocupará a cadeira n.º 18, ocupando o lugar anteriormente pertencente a João Malaca Casteleiro, falecido em 2020.

Já o português Guilherme d’Oliveira Martins, formado e mestre na área do Direito, é administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura de Portugal. É doutor Honoris Causa pela Universidade Lusíada, pela Universidade Aberta e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).

Nos Governos de Portugal foi, sucessivamente, secretário de Estado da Administração Educativa (1995-1999), ministro da Educação (1999-2000), ministro da Presidência (2000-2002) e ministro das Finanças (2001-2002).

Foi presidente da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Econômico e Social (1985-1995), vice-presidente da Comissão Nacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) (1988-1994) e presidente da Comissão do Conselho da Europa (2005), segundo detalhou a própria ABL.

Guilherme d’Oliveira Martins ocupará a cadeira n.º 20, tomando o lugar do ensaísta Eduardo Lourenço, que morreu em 2020.

Além dos dois portugueses, foram ainda eleitos o norte-americano Benjamin Moser e o uruguaio Julio María Sanguinetti.

Moser formou-se em História na Universidade Brown, nos Estados Unidos, e vive hoje em Utrecht, nos Países Baixos. É o autor de “Clarice”, uma biografia sobre a escritora brasileira Clarice Lispector, finalista do National Book Critics Circle Award e do New York Times Notable Book de 2009.

Pelo seu trabalho, que levou a autora brasileira, de origem ucraniana, a uma posição de destaque internacional, recebeu o primeiro Prémio do Estado para a Diplomacia Cultural do Brasil. Ganhou uma Bolsa Guggenheim em 2017, e o seu último livro, “Sontag: Vida e Obra”, ganhou o Prémio Pulitzer.

O novo Sócio Correspondente ocupará a cadeira n.º 7, substituindo o historiador português Joaquim Veríssimo Serrão, falecido em 2020.

Já Julio María Sanguinetti foi Presidente do Uruguai de 1985 a 1990 e de 1995 a 2000. Desde 1953, atua como editor e colunista de muitas publicações nacionais e internacionais.

De 1967 a 1973, foi presidente da Comissão Nacional de Belas Artes do Uruguai e, em 1972, foi membro fundador da Comissão do Património Histórico, Artístico e Cultural Nacional.

Em 1990, presidiu o Instituto PAX e, em 1997, foi presidente honorário do Centro Latino-Americano de Jornalismo. Foi laureado com o título de doutor Honoris Causa por várias universidades e recebeu diversas outras honras nacionais e internacionais, de acordo com a ABL.

Sanguinetti ocupará a cadeira n.º 8, tomando o lugar de Augustin Buzura, que morreu em 2017.

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