Por Vanessa Sene
Abrindo as comemorações do 10 de Junho em São Paulo, a Casa de Portugal na capital paulista recebeu a fadista Joana Amendoeira para uma noite de espetáculo, em 1 de junho. “Com essa apresentação entendemos que a Casa de Portugal, como uma instituição que representa a comunidade portuguesa, deveria tomar dianteira realizando essa iniciativa”, disse o presidente em exercício Paulo Machado.
Segundo ele, a fadista tinha apresentação marcada em Montevidéu no Uruguai, com escala técnica em São Paulo. “Quando ela conversou conosco surgiu essa possibilidade de fazer um show que para a casa é extremamente importante, e foi bom para ela e também para a casa”, contou Paulo Machado.
Representando o presidente Antonio dos Ramos, em viagem a Portugal, Paulo Machado contou que conhece Joana Amendoeira há muitos anos. “Eu tive a felicidade de conhecê-la quando ela tinha 18 anos, com a Hebe Camargo, que fez uma matéria especial sobre o novo fado, e ela foi personagem dessa matéria”.
Novo público
A Casa de Portugal recebeu bom público para essa noite, e vem cada vez mais apostando na força da internet através de divulgação em novas plataformas. Em seu discurso nesta noite, Paulo Machado fez referência a essa nova comunidade luso-brasileira. “Eu acredito que há hoje muito mais luso-descendentes que nasceram no Brasil do que nasceram em Portugal. É uma comunidade portuguesa diferente, com outro perfil e outra abordagem, e nós temos que nos adaptar para poder conclamar esse público para que participe das nossas iniciativas”.
Segundo ele, apesar da tradição, o fado está na moda. “É uma canção que facilmente consegue congregar os públicos de diversas idades, não só os portugueses natos como os luso-descendentes”, diz ele apostando que nesta noite a maioria do público, de cerca de 500 pessoas, era brasileira.
Gestão
Segundo Paulo, é necessário promover a entidade “fora da Casa de Portugal”. “Fizemos um protocolo no âmbito do Governo do Estado, com o Museu Afro-brasileiro, com a Secretaria de Cultura e com o Metrô. As nossas exposições vão ser vistas por milhões de passageiros nas mais diversas estações do metrô”, conta ele sobre a mostra “Portas de Portugal”, aberta na Estação Sé no último dia 10.
As 19 imagens foram feitas pela fotógrafa paulista Catarina Machado e trazem portas de residências, estabelecimentos e igrejas portuguesas como elemento representativo da cultura e costumes do povo português, e fica patente ao público até 30 de junho.
No âmbito municipal, a Secretaria de Cultura incluiu a Casa de Portugal nas Jornadas do Patrimônio, além da entidade ter protocolos de colaboração com a Fundação Padre Anchieta da TV Cultural, Fundação Roberto Marinho, Universidade de Coimbra e USP, entre outras. “É uma série de instituições que podem dar evidência à Casa de Portugal fora deste nosso espaço”.
Presente no evento, o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, comentou sobre a comemoração em 2019 e a data festiva para São Paulo. “O 10 de Junho é especial porque comemora Dia de Portugal, Camões, Comunidade Portuguesa. E a nossa ideia, em termos de comunidade, é sempre fazer essas datas aparecerem para que elas não morram, para que elas não caiam no esquecimento”.
Segundo Manuel Magno, todas essas iniciativas comemorativas devem continuar, porque “atraem esses jovens lusitanos” afirmou. “Se não fizermos esses eventos, a comunidade envelhecida não participa mais, se os novos não vieram através destes ‘chamarizes’, não vamos ter comunidade em pouco tempo” finalizou.
Dentro da programação das comemorações do Dia de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas, a programação ainda se estende com diversas iniciativas promovidas pelo Consulado de Portugal e Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de SP, como a sessão solene no dia 24 de junho, na Assembleia Legislativa de São Paulo.