Abílio Diniz conta sua história com Portugal e defende um Brasil de oportunidades

Abílio Diniz, tem visão otimista para o futuro do Brasil. Foto: Victor Carvalho/LIDE

Da Redação

Para debater as principais experiências e perspectivas que guiarão as oportunidades de negócio e investimento nos países Brasil e Portugal, já nos próximos anos, autoridades de nível nacional e internacional, gestores públicos e privados, participaram de exposições no segundo dia do LIDE Brazil Conference – Lisbon, realizado na manhã deste sábado (4), no Hotel Ritz Four Seasons, em Lisboa, sob o tema “Economia, Mercado e Tecnologia”.

Nesta etapa, os expositores participantes foram Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil; Abilio Diniz, presidente da Península Participações; Luiz Carlos Trabucco Cappi, presidente do Conselho do Bradesco; Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza; Isaac Sidney, presidente da Febraban; Guilherme Nunes, CEO da Capital Group; Giorgio Medda, CEO da Azimut Group; Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro; e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

O presidente da Península Participações, Abílio Diniz, contou sua história de empreendedorismo em Portugal nos anos 70 a 90 e os desafios que enfrentou. Abordando a Revolução dos Cravos, Abílio contou que o que passou como empresário em Portugal fez com que aprendesse grandes lições sobre consciência política e negócios.

Em sua visão otimista, evidenciou que o Brasil está vivendo um momento favorável ao investimento e crescimento, mas é preciso saber aproveitá-lo.

“O Brasil não vai se desenvolver da forma que a gente quer e espera se não tivermos 25% de investimentos sobre o PIB. Tem poupança interna e externa de monte, as pessoas querem investir”, explicou. “O investidor pede segurança política e segurança judiciária. O investidor tem medo de tropeços jurídicos, precisamos dar segurança de que isso não vai acontecer”.

Raimundo Carreiro, embaixador do Brasil em Portugal, fez uma fala de introdução ao evento, destacando a “relação frutífera” da parceria entre as duas nações. Segundo ele, apesar do atual panorama desse trabalho bilateral, ainda é possível fazer mais, diversificando a pauta das exportações entre as duas nações que, hoje, é representada majoritariamente pela energia, combustíveis e commodities. Parcerias público-privadas, venda de energias descarbonizadas e tecnologia constituem oportunidades para o crescimento, além de um acordo econômico entre Mercosul e União Europeia.

“As condições são propícias para o aumento dos investimentos diretos de Portugal no Brasil, à altura dos anos 90, quando o país foi a porta de entrada para a internacionalização de empresas portuguesas. É um caminho natural, tendo em vista o tamanho do nosso mercado, e o idioma em comum”, e destacou também o atual caminho inverso, com empresas brasileiras começando sua internacionalização pela pátria-mãe.

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, traçou um breve histórico sobre os desafios enfrentados pelo país nos últimos anos, com destaque para a pandemia e as dificuldades econômicas que a sucederam, trazendo de volta problemas antigos como a miséria, a insegurança alimentar e a profunda desigualdade social. A líder da pasta destacou que esses problemas são prioridades para o presidente Lula, para que o país possa voltar a gerar emprego e renda para a população. Porém, é necessário fazer isso de forma responsável.

“O foco de todos nós é garantir a oportunidade e isso passa pelo crescimento do Brasil e pela rigidez fiscal. Serei austera nisso, mas é minha responsabilidade dizer se temos recursos ou não, e se teremos espaço fiscal”, reforçou.

Nesse sentido, ela defendeu que a reforma tributária é imperativa para a retomada do crescimento econômico, sinalizando que o setor público precisa do investimento privado para poder ir além das limitações do orçamento federal.

“Nós vamos garantir um ambiente seguro de negócios com segurança jurídica, para que as leis sejam mais perenes, com a previsibilidade necessária para o investidor saber que ele vai investir e não vai ter nenhum sobressalto”.

Em uma exposição também otimista e focada nas oportunidades para o país, Luiz Carlos Trabucco Cappi, presidente do Conselho do Bradesco, ressaltou a capacidade do Brasil de se reinventar apesar dos imprevistos, tão importantes para construir o presente e o futuro. Ele reforçou que o Brasil é um país muito competitivo e com potencial de ser extremamente sustentável.

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza, apresentou em sua fala a importância de acreditar nos brasileiros, na economia e na cultura da digitalização das empresas. “Como um país pode não dar certo se uma empresa que começou no sul de Minas Gerais com uma lojinha sem capital de giro? A gente conseguiu vencer, apesar de todas as crises que vivemos. O Brasil é um país de muita oportunidade”, explicou.

Defendendo uma sinergia entre estado e capital privado, Isaac Sidney, presidente da Febraban, afirmou que o Brasil precisa reencontrar o caminho do desenvolvimento da economia após um período de instabilidade política, social e econômica. Ele enfatizou a obsessão dos bancos de funcionarem como uma alavanca para o desenvolvimento econômico:

“A união do setor público com os empresários é a única saída que conseguimos enxergar para o país. Nenhum ator político público ou privado será capaz de, isoladamente, enfrentar os problemas de que se ressente o Brasil.”

Representando cidade de grande porte pode criar um ambiente propício para os investimentos, sem deixar de lado importantes políticas públicas, Ricardo Nunes, prefeito do município de São Paulo, fez sua exposição reforçando que a melhor forma de combater a desigualdade social é com geração de emprego e renda.

“É preciso ter ambientes saudáveis para que os empreendedores possam colocar sua semente, para que ela germine e as pessoas possam tirar frutos do seu investimento e gere emprego e renda”, finalizou, destacando o trabalho da sua gestão para assegurar creches de qualidade, garantia de habitação e tecnologia nesse processo.

Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, afirmou que apesar das dificuldades enfrentadas nos anos anteriores, com desafios financeiros, sanitários e políticos, o estado está se reerguendo, unindo a questão econômica com a ambiental, sob o olhar atento do cidadão.

Ele destacou as ações empregadas para recuperar a credibilidade com os investidores, como a maior redução de carga tributária do Brasil, diminuição no tempo de abertura de empresas, e a realização de grandes concessões público-privadas, citando a CEDAE como exemplo, que garantiu R$25 bilhões em outorga, possibilitando programas ambientais importantes.

No primeiro dia de debates em Lisboa, o ex-presidente Michel Temer defendeu elogiou semipresidencialismo português, além da participação de membros do STF.

1 comentário em “Abílio Diniz conta sua história com Portugal e defende um Brasil de oportunidades”

  1. Uma historia, como todas, para criança dormir. O comércio varejista de supermercados, neste pais, faz de tudo, para ganhar e ganhar e,são insaciaveis. NADA, absolutamente NADA fazempelo social. E, até mais, vou dormir, que cansa.!!!!!

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