Por Adriano Augusto da Costa Filho
Como todos sabem, sempre em eras distantes, os lusitanos transformados em portugueses foram os reis da música e da dança, tanto no fado, como no folclore e na atualidade brilhando com novos temas musicais, e da mesma forma, preservando as suas relíquias musicais, no folclore espalhado por todo o país.
Em Portugal, as músicas tradicionais do folclore, tanto na dança como na música, foram sempre do gosto popular, o “Fado”, uma arte herdada dos Mouros, com o seu lamento e o folclore tradicional em todos os cantos do Portugal. Com isso em seu dia-a-dia, os navegantes, os colonizadores e os emigrantes levaram esse dom para todas as partes do mundo, mormente, no Brasil, que ao fazermos uma análise musical e folclórica, certamente encontraremos tudo emanado dessa arte antiga e moderna dos grandes compositores portugueses de todas as épocas.
No Brasil, o Rio Grande do Sul guarda quase tudo que os emigrantes “açorianos” trouxeram, com o folclore e as danças gaúchas, como a “Shula” escrita desse jeito pelos gaúchos e “Chula” pelos portugueses, onde o sapateado é idêntico ao português, o ritmo salpicado com os pulinhos é o mesmo do original lusitano. Outro tipo de música é a “Chamarrita”, de origem “açoriana e madeirense” e sempre cantada e tocada em um tom diferente maior, como também o “fandango” lembra sempre a música tradicional de épocas passadas do Portugal distante. O “Xote” gaúcho, a sua música é muito aconchegante para a dança, tem no acordeom, na guitarra e no violão o seu ponto alto e o gosto gauchesco de tocar.
No Rio de Janeiro, desde os anos 30, as composições dos sambas e das canções simples sempre tinham a marca das canções portuguesas. Os grandes cantores brasileiros dessa época fulgurante, Orlando Silva, Francisco Alves, Noel Rosa, Sylvio Caldas, Nelson Gonçalves, Vicente Celestino, a portuguesa Carmem Miranda nas suas cantorias colocavam a forma portuguesa de cantar, até no português original, e as canções traziam aquela beleza espetacular do cantar lusitano.
Em São Paulo, mormente no interior paulista, a música sertaneja com certeza tem o tom musical da música portuguesa de outros séculos, como também em Minas Gerais, o cantar lembra sempre as canções folclóricas portuguesas, tanto na música, como na dança e a batida dos pés lembram sempre as músicas de Portugal.
No Norte e Nordeste, com certeza as músicas são emanadas da música portuguesa. O “Baião” nada mais é do que uma música portuguesa e levada ao estilo do Nordeste, com o seu rei Luiz Gonzaga, o rei do Baião, também no sapateado das danças lembra muito o sapateado português, uma vez que, foi no norte e nordeste a maior vinda de colonizadores portugueses em eras distantes.
Portanto, hoje no Brasil, o ritmo das músicas portuguesas, evidentemente guardadas nas músicas interioranas, e muito bem cantadas e tocadas por esses conjuntos e cantores individuais ou em duplas, são verdadeiras obras primas das músicas portuguesas dos séculos passados e que ficaram na memória dos imigrantes portugueses. Embora não mais exista a imigração, mas com a internet e a televisão viva, ainda fica na memória dos luso-descendentes.
No ano de 2007, para gáudio dos sonhadores portugueses e luso-descendentes, o Movimento Poético Nacional mostrou em evento no clube Circulo Militar de São Paulo, com a “Noite Portugal” – e agora no dia 12 de Maio de 2011 com o evento “Dia das Mães e da Canção Portuguesa” – a chama das canções portuguesas, cantadas por eméritos cantores brasileiros, alguns luso-descendentes como o tenor Antonio Maria Failde, o notável violonista e cantor Ernesto Failde, outros brasileiros de outras descendências, como os ex-cantores do Teatro Municipal, Arlindo Guariglia e Tomasino Castelli, bem como o notável cantor Luiggi Venutti, que embora descendentes de italianos nos deliciou com as músicas de Portugal, a luso-descendente da Madeira Anna Figueira que cantou o “Bailinho a Madeira”. Todos eles cantaram músicas portuguesas da melhor qualidade, cujo programa foi elaborado pela Diretora Artística e Cantora Lírica e de Fados, do Movimento Poético Nacional Celeste Manzini, portuguesa de Vila Real, que declamou uma poesia de Guerra Junqueiro, além dos poetas que declamaram poesias de autores portugueses, como o Dr. Carlos Moreira da Silva, o Dr. Domingo Lage, Adriano Augusto da Costa Filho, Frances de Azevedo, Tereza Rocha, completando com o mestre declamador Oscar Maroni, com duas poesias que fizeram o público vibrar de pé a esse mágico da declamação e na qual damos parabéns ao Presidente do Movimento Poético Nacional, o poeta Walter Argento pelo incentivo, em cujo programa foi fechado com todos os cantores e poetas, cantando a fenomenal música “Coimbra tem mais encantos na hora da Despedida” e o Antonio Failde com a prima voz da canção.
Assim sendo, a música linda, romântica, cadenciada e folclórica do Portugal majestoso está presente no Brasil, na qual o Movimento Poético Nacional é exemplo em fazer esses espetáculos para gáudio dos portugueses e luso-descendentes, e para a glória do nosso querido e eterno Portugal.
Por Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.
5 comentários em “A Música Portuguesa e o seu brilho no Brasil”
naoooooooooo gostei
ola, como voce ja sabe o nome meu e carolineeu gostei do seu texto e comunicativo e muito importante para mim obrigada por todos.
Deixo como sugestão de leitura sobre a influência portuguesa na música folclórica do Brasil os escritos de Mário de Andrade, que além de poeta modernista/polígrafo era musicólogo de reais méritos, especialmente o “Ensaio sobre a música brasileira” e “Música, doce música”. Também recomendo o “Música popular brasileira”, da musicóloga e folclorista Oneyda Alvarenga. Canções de roda infantis como “Ciranda, cirandinha”, “Foi na loja do mestre André”, “Alecrim, Alecrim dourado”, “Atirei o pau no gato” e “Machadinha” são cantadas ainda nos dias de hoje por crianças brasileiras. A influência portuguesa é inegável e não podia deixar de ser enorme. Só uma colocação: o baião, estilizado por Luiz Gonzaga na década de 1940, tem origem nos baiões de viola, que por sua vez se originaram do “baiano”. O nome “baiano” provêm, segundo Oneyda Alvarenga, de uma simplificação de “lundu baiano”. Lundu era uma dança de provável origem africana com influências ibéricas. Um grande abraço!
No Brasil existe uma forte campanha anti-lusitana,isso é muito chato porque existe
muita coisa de nossa cultura que veio de
Portugal.
Muito grande ñ da pra colocar o nome e pronto