A estação pública de televisão e as comunidades portuguesas

Por Daniel Bastos

No início do mês de março, a estação pública de televisão, cuja existência e percurso constitui um elo fundamental na memória de várias gerações de portugueses, assinala 63 anos.

Remontando as emissões regulares da RTP – Rádio Televisão Portuguesa a 7 de março de 1957, data simbólica do seu nascimento, a estação pública de televisão, que atualmente além da televisão difunde-se ainda pela rádio e online, é detentora de uma história e património singular, fruto do seu impacto na vida coletiva dos portugueses, qual janela aberta para o mundo por onde passaram, e continuam a passar, vários acontecimentos e notícias importantes, algumas das séries e programas de referência.

Na sua missão de serviço público pago pelos contribuintes, e assumindo-se como um instrumento estruturante para o desenvolvimento social, cultural e económico do país, a relação da estação pública de televisão com as comunidades emigrantes e a lusofonia, estende-se preferencialmente através dos canais RTP Internacional e RTP África, além da RDP Internacional, uma rádio de eleição para as comunidades portuguesas e os lusofalantes.

Mesmo ao nível do canal generalista, ou seja, da RTP 1, temos assistido nos últimos anos a uma maior abertura e atenção ao fenómeno da emigração, como é o caso por exemplo, da transmissão desde 2010 da série “Portugueses no Mundo”, que segue compatriotas residentes no estrangeiro, e a sua ligação e quotidiano nos diferentes países de acolhimento.

Transmitida inicialmente aos sábados em horário nobre, as restantes temporadas foram sujeitas a mudanças do horário e exibição, o que é exemplificativo da necessidade de ser atribuído decisivamente às comunidades portuguesas, o seu espaço e devida importância no seio da programação do canal generalista.

A difusão de programação variada e de qualidade sobre as comunidades portuguesas no Mundo, é não só um dever da missão de serviço público que a RTP 1 deve prosseguir, e ajustar à grelha de horário nobre, mas também um requisito necessário para se estabelecer uma ligação efetiva entre Portugal e os cidadãos residentes no estrangeiro.

 

Por Daniel Bastos
Escritor português
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