A Era de D. Sebastião e o sonho magistral do Portugal

Exposição “Império em Brasília: 190 anos da Assembleia Constituinte de 1923”, com pinturas, esculturas, objetos decorativos, armas, e manuscritos da época do Império que pertencem ao Museu Imperial de Petrópolis (RJ). Foto divulgação/ Agencia Senado

Em uma época maravilhosa da história do Portugal Maravilhoso, no final do reinado de D. Manuel e a perda da Independência para a Espanha, acontecimentos fantásticos se sucederam.

D. João III havia falecido no ano de 1557, sendo que, o trono como era de costume ficou vazio, no entanto o seu sucessor era uma criança de 3 anos, seu neto D. Sebastião e assumiu o trono a rainha Catarina da Áustria, irmã do Imperador Carlos V que ficou na regência do reinado e houve certa repulsa a esse fato, mesmo porque ela era “castelhana”. Então no ano de 1562, ela renunciou e o trono passou para o cardeal infante D.Henrique, que era o único irmão vivo de D. João III, por aí temos uma visão de como era complicada a regência naqueles tempos.

Naqueles tempos houve uma condição financeira muito precária, uma vez que o consumo público subia e o rendimento baixava, mesmo porque as mercadorias que vinham do Oriente diminuíram bastante e daí houve o rebaixamento comercial, mormente, também pelo fato de que todo transporte para o Oriente era feito tão somente pelos navios portugueses pelo Cabo das Tormentas (Boa Esperança) e os outros países o faziam pelo Mediterrâneo, e assim sendo o custo do transporte subia descabidamente,porque também existiam seguros a pagar sobre naufrágios (até parece os nossos dias).

No ano de 1568, o infante D. Sebastião aos 14 anos assumiu o posto de Rei, e como foi criado no culto divino da pessoa real, começou a ter-se a convicção de que ele seria o salvador da pátria (como só acontece em diversos países nos dias de hoje), e assim sendo ele D. Sebastião sonhou que iria combater os inimigos da fé cristã e organizou uma grandiosa armada no ano de 1572, mas acontecimentos temporais de grandes tempestades destruiu a sua frota no próprio Rio Tejo. Quatro anos após em 1576, reuniu uma frota com destino ao Marrocos para combater os hereges, com soldados portugueses e muitos mercenários em torno de 5.000 e com cerca de 17.000 combatentes eem Alcácer Quibir, houve a batalha final, destroçando o seu exército pelos africanos e metade morreu, inclusive D. Sebastião.

D. Sebatião faleceu e não deixou nenhum descendente, e houve um problema muito grande na sucessão real, uma vez que, tudo caminhava para a união com Castela (Espanha), porque a coroa teria que ir para algum dos netos de D. Manuel Felipe, Rei da Espanha. Como a verdadeira intenção era a manutenção da independência, dois candidatos D. Antonio e D. Catarina representavam a independência e D. Felipe a união das coroas. Em seguida foi para o Rei de Castela que a nobreza se inclinou, mesmo porque era segundo eles a única saída para a crise financeira que assolava Portugal, e além disso havia o dever de pagar o resgate dos prisioneiros da batalha na África, bem como, toda a malta cortesã queria manter o seu nome e as suas fortunas porque o Rei Felipe II era um rei muito rico e a cobertura da esquadra espanhola com o comércio da África, do Oriente e com o Brasil era grande e tão somente o povo em geral ou seja a gente miúda, como se dizia na época, era pela independência de Castela.

Acontecimentos incríveis a seguir aconteceram, e D. Henrique veio a falecer. Seu governo ficou a cargo de 5 governadores até que a questão da sucessão fosse resolvida. Houve a candidatura da duquesa de Bragança que o povo não queria, e tudo caminhava para D. António com o apoio popular. Felipe II reuniu tropas na fronteira para evitar uma invasão espanhola. O exército espanhol acabou entrando na fronteira e sem resistência até em Lisboa o exército invasor desbaratou o exército português, e a Espanha continuou a reinar em cima de Portugal.

Com o falecimento de D. Sebastião, houve um ardor público em torno de seu nome, como um ator divinal, uma vez que o “Sebastianismo” a sua origem é até anterior à sua morte e até mesmo ao seu nascimento, porque em 1530 o rei D. João II deu a Vila de Trancoso a seu irmão o infante D. Fernando e os residentes não aceitaram e tudo se acalmou anos depois com a sua morte.

Um cidadão de nome Gonçalo Anes Bandarra, por certo um meu ascendente, minha mãe era Maria Anunciação Anes, e que era um poeta e que escrevia poemas em tradução da Bíblia para o português e com certeza fez algumas profecias nessas traduções, numa delas constava a vinda de um salvador ou seja um Messias para Portugal. Como D. Sebastião havia morrido na batalha, mas, ninguém viu esse fato, era comum que ele voltaria um dia qualquer e o “sebastianismo” começou a ter uma frequência grandiosa na consciência popular. Até o século 18, havia quem esperasse a volta de D. Sebatião para salvar a pátria portuguesa, e com as invasões dos exércitos franceses houve um arrefecimento do “sebastianismo” que era a espera do Messias salvador. Até o famoso Padre Vieira foi ator do Sebastianismo nas sua homilias e versos, tentando criar o “Quinto Império Português “. Como D. João IV morreu, acabando com a profecia, o Padre Vieira acreditava ainda que ele iria ressuscitar e voltaria.

Portanto, essa era magistral do nosso querido e eterno Portugal, transformou-o no grandioso estado português de nossa era, como o maior país navegador de todos os tempos e criador de países maravilhosos, como o são o Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor Leste e bem como, alguns territórios, como as ilhas da Madeira, Açores, Macau, Nova Aveli, Goa, Damão e Diu.

Honra e glória eterna a esses maravilhosos lusitanos/portugueses e ao nosso querido e eterno PORTUGAL.

 

Por Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa, Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes/Ceará, Associação Portuguesa de Escritores/Lisboa, e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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