Hoje nós temos o “Majestoso Portugal” um paÍs essencialmente democrata, com as suas instituições públicas e políticas delineadas, mas, para chegar a isso, um caminho sinuoso precisou ser percorrido.
Ao final do primeiro milênio e princípio do segundo milênio, muita coisa aconteceu na “Lusitânia”, após a expulsão dos Romanos e dos Mouros, começou-se a formar as classes dominantes e as dominadas.
Se já em eras passadas as classes sociais eram divididas pelo Clero, a Nobreza e o Povo, a partir dessa nova época, começou a formação de novas etapas e então a divisão já era pelo: Clero, Nobreza, Vilãos, Semi-servos e Escravos.
O CLERO: a formação desse grupo de população cristã, na realidade era os que possuíam uma cultura mais aprimorada, uma cultura literária. Na sua formação dentro da sociedade mantinha privilégios de direito próprio e ao largo do direito civil, mesmo porque eles representavam “Deus” e naturalmente achavam que estavam até acima de todos os Reis. Todo Rei que mantivesse um respeito e protegesse o Clero, com eles tinham todo apoio das autoridades da Igreja. Os Arcebispos mantinham uma grande autoridade e os Reis não discutiam os direitos da Igreja e faziam grandes doações ampliando-lhe o seu patrimônio.
A NOBREZA: Em contra-partida do Clero, os Nobres mantinham uma formação de direito natural, como homens de talento, era uma casta já pré-anunciada desde o nascimento, muito embora os Reis davam títulos de nobreza a determinadas pessoas, mas na realidade ser Nobre era só para filhos de Nobres. Havia uma grande divisão na nobreza, tinha os realmente Nobres, homens imensamente ricos que dominavam a sua região e os Nobres que pouca coisa possuíam mas tinham o título de Nobre e todo Nobre não devia trabalhar, embora fosse Nobre e dispusesse de algum rendimento e naturalmente com as dificuldades acontecidas em suas gerações, acabavam dividindo as suas terras e os descendentes acabavam indo embora para regiões de atuações mais livres. Evidentemente que o Nobre tinha em suas terras os trabalhadores que eram conhecidos como “Vilãos” e os que recebiam um salário, e os Nobres deles dependiam para fazer a sementeira e colher os seus frutos, em que parte era paga pelo salário e outra pela própria produção da colheita. Mas isso foi declinando e já no começo da era do nosso eterno Portugal foi desaparecendo, uma vez que tudo já começava pela era da produção dos homens livres sob contrato.
OS VILÃOS: Na realidade os “Vilãos” praticamente eram de outro mundo e existiam os Vilãos ricos e os pobres, e os da cidade eram os “cidadãos” ou “burgueses” e os pobres dos campos eram a gente miúda e no entanto eram homens livres, que poderiam trabalhar para quem quisessem, mas os vilões ricos pelejavam contra os pobres porque achavam-se no direito e isso durou muitos séculos.
OS SEMI-SÉRVOS: Na formação inicial de Portugal, os “Semi-sérvos” descendiam da era da reconquista aos “mouros” e já estavam assimilados nas terras e os Nobres donos da terras assumiam-se como donos dessas pessoas, porque o Rei lhes tinha dado as terras ou tinha tomado da era moura, eles não eram escravos na acepção da palavra, não podiam ser vendidos, embora tudo que estivesse dentro da terra quando vendida, iriam também junto. Os “semi-sérvos” produziam tudo e por isso os Nobres achavam que eles faziam parte de sua riqueza, mas, no entanto como tudo na vida é evolução os “semi-sérvos” também estavam em evolução no cenário das populações já portuguesas da era da sua formação no século 12.
OS ESCRAVOS: Naquela época o que se dizia que “qualquer homem era livre” isso em Lei de 1211, no entanto um homem poderia ser escravo, uma mesma situação de hoje um condenado à trabalhos forçados, torna-se um escravo e na realidade naquele tempo um escravo era um cidadão “mouro” que fosse capturado e achado escondido nas montanhas ou regiões mais difíceis de serem encontrados e no entanto, como naquele tempo os Nobres Cristãos condenavam a escravatura, muita gente era na realidade escravo e muitos também até amarrados e acorrentados eram para não fugirem.
Portanto, eis aí uma breve demonstração de um tempo que passou, mas, que teve um ato na formação da sociedade portuguesa do princípio do segundo milênio, e que tudo isso que foi fomentado, agrupado, idealizado por essa divisão humana, ficou enraizado no DNA e no inconsciente coletivo da nossa raça “LUSITANA” e nas eras seguintes, até o hoje PORTUGAL, transformou a sociedade portuguesa nessa beleza democrática que existe, para glória dos portugueses e luso-descendentes, do nosso QUERIDO E ETERNO PORTUGAL.
Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.