Da Redação com Lusa
O Presidente português disse hoje estar preocupado com os resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos, afirmando que a eleição de Donald Trump pode representar a imposição de medidas econômicas mais desfavoráveis para a Europa.
“Estou preocupado por uma razão muito simples. (…) É que já conhecemos os dois candidatos. Um foi presidente durante quatro anos, sabemos exatamente o que ele pensa e a outra foi vice-presidente durante quatro anos, sabemos exatamente o que ela pensa. E são muito diferentes sobretudo para nós, europeus”, começou por afirmar Marcelo Rebelo de Sousa.
Para o chefe de Estado, a vitória do candidatado republicano, o ex-presidente Donald Trump, “significa um mau relacionamento com a Europa”, à semelhança do que aconteceu durante a sua presidência, ao considerar que a Europa, a seguir à China, é o seu adversário económico principal e, “portanto, há que tomar medidas económicas e financeiras que são desfavoráveis para a Europa”.
“No passado foi um relacionamento difícil com a Europa, provavelmente se for eleito é um relacionamento difícil com a Europa”, rematou.
Do outro lado, continuou, na candidata democrata, a atual vice-presidente Kamala Harris, “encontramos uma posição de maior colaboração entre os Estados Unidos e a Europa. Isso faz a diferença, sobretudo num momento em que a Europa não está bem economicamente”, disse.
“Se em cima disto, houver medidas americanas que sejam desfavoráveis à Europa, não é a mesma coisa ganhar um ou ganhar outro. E, portanto, por esta razão muito simples, também chega a Portugal, porque se uma Alemanha, uma França, uma Itália para onde exportamos muito se mantiverem em crise ou entrarem numa situação mais por causa do relacionamento com os Estados Unidos da América a fatura chega também a Portugal. Quer dizer que nós vendemos menos, exportaremos menos e sofremos as consequências económicas”, rematou.
Ao nível da política externa, durante o seu mandato na Casa Branca, Trump retirou os Estados Unidos da América (EUA) de diversos acordos internacionais, como foi o caso do acordo de Paris sobre as alterações climáticas ou do acordo sobre o controverso programa nuclear do Irão.
Também ameaçou retirar Washington da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), além de ser considerado próximo do Presidente russo, Vladimir Putin.
Quando exerceu a presidência (2017-2021), o republicano impôs taxas alfandegárias importações de aço e alumínio da UE, agora suspensas.
A escolha do futuro Presidente dos Estados Unidos – a democrata Kamala Harris ou o antigo Presidente republicano Donald Trump – decorre em ambiente de grande tensão e incerteza e com a forte probabilidade de não haver um resultado final nas próximas horas.