[Atualizado 14h]
Da Redação com Lusa
O número provisório de mortos nas inundações que devastaram o sudeste de Espanha subiu hoje para 158, segundo um comunicado oficial dos serviços de emergência publicado na rede X, atualizando o anterior balanço de 140.
Do total, 155 vítimas foram registadas na região mais atingida, em Valência, tendo ocorrido outras duas mortes na região vizinha de Castela-La Mancha e uma na Andaluzia. O comunicado de imprensa não especificou o número de pessoas que ainda estão desaparecidas.
Hoje, oito das novas vítimas foram encontradas numa garagem e uma mulher foi encontrada em casa, segundo a presidente da câmara, María José Catalá, citada pela agência espanhola Europa Press. Entre as oito pessoas que morreram na garagem encontra-se um agente da polícia local.
Várias regiões de Espanha estão desde terça-feira sob a influência de uma “depressão isolada em níveis altos”, um fenômeno meteorológico conhecido como DANA em castelhano e como DINA em português.
O fenômeno causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos de Espanha, sobretudo na costa do Mediterrâneo.
A região mais afetada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram acionar os alertas e avisos mais graves da proteção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.
Trata-se de uma das catástrofes naturais mais graves dos últimos 75 anos em Espanha, ultrapassando mesmo as inundações de Biescas (Huesca) em 1996, com 87 mortos, e as inundações de Turia em 1957, em que morreram entre 80 e 100 pessoas.
Neste dia 31, a Comissão Europeia colocou as bandeiras do seu edifício Berlaymont, em Bruxelas, a meia haste em homenagem às vítimas das cheias em Espanha.
A presidente da Comissão Europeia fez referência a esta homenagem na rede social X (antigo Twitter) em castelhano: “Lloramos con vosotros. Juntos nos levantaremos. [Choramos convosco, juntos vamos levantar-nos].”
Ao princípio da noite de quarta-feira, a presidente do executivo comunitário ligou ao primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, prometendo apoio da União Europeia para debelar as consequências imediatas das cheias e também na reconstrução.
O Governo de Espanha decretou três dias de luto nacional por causa das consequências do mau tempo, referindo que há danos pessoais mas também materiais “altíssimos”, com estradas e outras infraestruturas e edifícios danificados ou destruídos por causa da violência das águas que inundaram localidades inteiras.
O executivo pediu ainda às populações das zonas afetadas pelo mau tempo para não saírem de casa e, sobretudo, não tentarem circular pelas estradas, sublinhando que o temporal ainda permanece e os seus efeitos continuam a ser perigosos.